Os relacionamentos são tesouros frágeis. Podem falhar por diferentes razões. Às vezes, mal-entendidos rompem relacionamentos. Às vezes, conflitos insolúveis surgem entre as pessoas. Às vezes, temores adquiridos em relações anteriores comprometem novos investimentos em intimidade. Às vezes, uma pessoa prejudica um relacionamento com fraude ou engano. Por essas e muitas outras razões, amizades, sociedades comerciais, casamentos e relações familiares sofrem rompimento.
Trabalhar com mulheres de diferentes culturas me ajudou a entender como elas enfrentam uma ruptura causada por experiências dolorosas, e como ocorre a cura em sua vida quando aceitam o fato de que podem usar sua dor e quebrantamento para abençoar outras mulheres. Aprendi que, quando uma relação significativa falha, uma parte de nós morre com ela. Quando nossos relacionamentos se partem, nosso coração também se parte. Nós sofremos. Buscamos meios de entender o que aconteceu. Queremos saber o que deu errado. E desejamos encontrar cura para nosso coração ferido.
Parte da cura de que precisamos, ao nos recuperarmos de um relacionamento desfeito, é experimentar a compaixão e fidelidade de Deus para conosco. “Renovam-se cada manhã; grande é a Sua fidelidade!” (Lm 3:23). Deus não nos deixará nem nos esquecerá. Quando nossas perdas nos oprimem, podemos ir a Deus em busca de conforto e compaixão. Deus promete nunca Se esquecer de nós. “Veja, Eu gravei você nas palmas das Minhas mãos; seus muros estão sempre diante de Mim” (Is 49:16). Gosto das palavras “seus muros estão sempre diante de Mim”. Muros, aqui, representavam os muros de Jerusalém, que estavam completamente destruídos no tempo de Isaías. A fim de animar as pessoas com palavras de esperança, Deus disse que até seus muros – sua dor, perdas, temor, quebrantamento, preocupações, sofrimento – estavam perante Ele. Que promessa poderosa! Deus vê nossos muros. Deus Se importa.
Já que temos essa boa notícia, como podemos partilhá-la com as mulheres que sofrem ao nosso redor? Podemos alcançá-las com compaixão e compreensão. Quem sabe, na próxima vez em que uma mulher sofredora entrar pela porta de nossa igreja ou ministério, ela sinta nossa compaixão, compreensão e o cálido acolhimento que Jesus lhe dá. Meu sonho é que, ao crescer em Sua graça, façamos com que nosso ministério consista em refletir o Seu amor e compaixão àqueles que nos rodeiam.
Raquel Queiroz da Costa Arrais