Chuviscou durante a tarde cinza até a noite. Era novembro. Tínhamos acabado de nos mudar para a Colúmbia Britânica e estávamos ansiosos para testemunhar a paisagem perfeita do norte, coberta de neve branquinha. Contudo, só tínhamos visto uma neve fininha que logo derretia e se transformava em poças de chuvas de outono. Quando será que teríamos neve de verdade?
No início de dezembro, viajamos para o Nepal para visitar a nossa família. Quando retornamos em janeiro, enquanto nosso avião circulava a pequena pista de pouso em Smithers, vimos que a neve cobria as ruas e a pista. Finalmente a neve havia chegado, mas era noite.
Na manhã seguinte, saímos bem cedo para buscar o meu cavalo, Friday, e trazê-lo do rancho do vizinho de volta para casa, a alguns quilômetros de distância. Não sendo mais tão ágil como eu era antes, e vestida com muitas camadas de roupas quentes, precisei da ajuda do meu esposo para montar no cavalo, que estava sem sela. Apertei minhas pernas nas laterais quentinhas dele, e seguimos para a estrada rural, seguindo Prakash, que estava no carro. Finalmente pude apreciar a paisagem. As muitas camadas de neve fresquinha e branca amorteciam os sons. Estávamos sozinhos na quietude branca da selva canadense. A neve havia se acumulado em todos os galhos de árvores, estacas da cerca e troncos de árvore. A paisagem era branca e pura. Naquele momento, o sol apareceu por trás de uma nuvem, e contemplei a neve branca coberta de milhares de joias reluzentes do brilho do sol. Meu coração saltou de alegria em meio àquela beleza.
Agora entendo o que João viu. O povo de Deus receberá uma veste branca da justiça de Jesus, o seu Salvador. Como a neve do inverno cobria a lama suja do outono, as vestes de Jesus cobrirão os nossos pecados para que nunca mais sejam vistos. Como o brilho do sol, o amor de Cristo fará com que aquelas vestes fiquem reluzentes na presença de Deus.
O Deus do Céu morreu para me conceder vestes brancas de justiça, visualizadas no presente incrível da neve recém-caída.
Sherry Taujale Shrestha