Algumas cenas do convívio familiar me encantam e, por vezes, até me emocionam. Mas uma delas em especial tem o poder de despertar um sentimento tão puro e agradável que é impossível não associá-la ao cuidado de Deus. Refiro-me à cena de um pai que, com todo amor e carinho, toma seu filho no colo e o envolve com seus braços. Você consegue se lembrar de momentos assim?
Apesar de ter vivido poucas cenas semelhantes a essa em minha infância, nunca me esqueci do sentimento que ela despertava em mim. Era simplesmente a melhor sensação do mundo! No colo de meu pai havia proteção, carinho, calor e a certeza de que, enquanto estivesse ali, nada de mal poderia acontecer.
O tempo passou, e agora somos nós que oferecemos o colo para nossos filhos. Porém, quando enfrentamos situações difíceis, sentimos falta daquele colo que transmitia segurança, tranquilidade e paz. Então começamos a nos desesperar, pois não temos mais acesso àquele lugar seguro. A consequência disso é que o sofrimento se torna sufocante.
Já senti na pele essa sensação, e posso assegurar a você que não é nada fácil. Há algum tempo, deparei-me com uma notícia trágica que abalou minha família. Meu irmão de 34 anos de idade havia sofrido um grave acidente e estava em coma num hospital dos Estados Unidos. De mãos atadas aqui no Brasil, sem passaporte nem visto, fiquei desesperada e experimentei um sentimento de limitação imensurável. Precisava daquele colo, mas não o tinha fazia muito tempo.
Ao orar naquele momento de aflição, lembrei-me do colo de Deus. Afinal, como observado pelo profeta Isaías, o Senhor carrega Seus cordeirinhos no colo. Senti que Deus estava me oferecendo Seus braços de amor. Como poderia recusar? Parecia que eu havia retornado à infância. Naquele instante, soube que o Senhor ia cuidar de tudo, que não precisava me preocupar e que, enquanto estivesse em Seu colo, nada de mal poderia acontecer.
Se você está passando por algum momento difícil, experimente o colo do Pai celestial. Não existe lugar melhor para estar.
Juliana A. Rocha de Resende