Nossa família estava de mudança. Em 1972, a sede da nossa igreja nos enviou como missionários para trabalhar no Brasil. Mudamo-nos para Campo Grande, no Estado de Mato Grosso do Sul.
Estávamos aprendendo o português, gostando das pessoas, dos lugares e dos alimentos; fazia dois anos que morávamos em Campo Grande quando fomos convidados a trabalhar no ministério em Belém do Pará.
Tínhamos perguntas: Onde fica Belém? Qual é a distância de Campo Grande? Quanto tempo leva para ir até lá? Em meio a nossas perguntas sem resposta e o trabalho de empacotar os pertences para essa longa jornada rumo ao desconhecido, estávamos ansiosos!
A empresa de mudança havia sido contratada. O dia da mudança chegou. Nosso plano era mandar todos os itens da casa, roupas, tudo no caminhão de mudança. Levaríamos no carro os itens necessários, alimento, livros escolares (para o ensino de nossos filhos em casa) e várias mudas de roupa para a viagem – uma viagem que levaria um bom tempo. Por fim, o carro estava carregado, e o pessoal da mudança havia tirado todos os móveis da casa, com exceção de um: a geladeira!
– Por favor, coloquem a geladeira no caminhão! – supliquei aos homens da mudança. – Não hoje, senhora; amanhã. – E saíram.
Nosso plano seria chegar a Presidente Prudente naquele dia, antes de anoitecer. Chegar no dia seguinte atrapalharia nossos planos.
No entanto, foi só no dia seguinte que os homens da mudança chegaram, acondicionaram a geladeira e partiram. Dois adultos, três crianças, livros escolares, alimento, malas e um cachorro, tudo empilhado em nosso Volkswagen de duas portas, abarrotado. Partimos para Presidente Prudente com um dia inteiro de atraso!
Aproximando-nos de Presidente Prudente, naquela tarde, vimos uma cena que nos chocou. Parado na rodovia, estava um avião que fizera um pouso de emergência. E no ponto exato onde deveríamos estar se tivéssemos viajado no dia anterior.
“Eu […] conheço os planos que tenho para vocês […], planos de fazê-los prosperar e não de lhes causar dano.”
Carol Barron