Sexta-feira
15 de julho
O AGONIZANTE AUTOR
Meu Pai, se é possível, que passe de Mim este cálice! Contudo, não seja como Eu quero, e sim como Tu queres. Mateus 26:39

Satanás torturava o coração de Jesus com cruéis tentações. O Salvador não podia enxergar além do sepulcro. A esperança não Lhe apresentava a saída da sepultura como vencedor nem falava da aceitação do sacrifício pelo Pai. Temia que o pecado fosse tão ofensivo a Deus que Sua separação tivesse de ser eterna. Cristo sentiu a angústia que o pecador experimentará quando a misericórdia não interceder mais pela raça culpada. Foi a sensação do pecado trazendo a ira divina sobre Ele, como substituto do ser humano, que tornou tão amargo o cálice que bebeu e rompeu o coração do Filho de Deus.

Com assombro, os anjos presenciaram a desesperada agonia do Salvador. Os exércitos do Céu esconderam o rosto do terrível espetáculo. A natureza inanimada expressou sua compaixão por seu insultado e agonizante Autor. O Sol recusou contemplar a espantosa cena. Seus raios vivos e brilhantes iluminavam a Terra ao meio-dia quando, de repente, pareceu se apagar. Completa escuridão, como uma mortalha, envolveu a cruz. “Houve trevas sobre toda a terra até as três horas da tarde” (Mc 15:33). Não houve eclipse ou qualquer outra causa natural que justificasse essa escuridão tão densa como a da meia-noite sem Lua e sem estrelas. Esse foi um testemunho miraculoso dado por Deus para confirmar a fé das futuras gerações.

Naquela densa escuridão, a presença de Deus foi oculta. Ele fez das trevas Sua habitação e escondeu Sua glória dos olhos humanos. Deus e Seus santos anjos estavam ao pé da cruz. O Pai estava com o Filho. No entanto, Sua presença não foi revelada. Se Sua glória tivesse irrompido da nuvem, todo espectador humano teria sido morto. Além disso, naquela terrível hora, Cristo não devia ser confortado com a presença do Pai. Pisou sozinho o lagar; ninguém estava com Ele para ajudá-Lo.

Na densa escuridão, Deus ocultou a última agonia humana de Seu Filho. Todos os que viram Cristo em Seu sofrimento se convenceram de Sua divindade. Aquele rosto, uma vez contemplado pela humanidade, nunca mais seria esquecido. Como a fisionomia de Caim expressava a culpa de assassino, assim o rosto de Cristo revelava inocência, serenidade e bondade, a imagem de Deus (O Desejado de Todas as Nações, p. 605, 606 [753, 754]). 

PARA REFLETIR: De quais maneiras a criação “chorou” no dia que Jesus morreu?