Domingo
05 de julho
O amor é o dom supremo
Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver amor, serei como o sino que ressoa ou como o prato que retine. 1 Coríntios 13:1

Quando eu tinha mais ou menos dez anos, prometi a mim mesma que não ia amar, pois as experiências que eu havia vivido até aquele momento me ensinaram que o amor doía muito.

Uma das minhas experiências com a dor foi a morte de meu primo em um acidente de moto. Apesar de não ser membro frequente da igreja, ele sabia demonstrar amor ao próximo. Quando ele morreu, a namorada dele quase morreu junto de tanta tristeza. Senti muita tristeza por vê-la naquele estado. Ela ainda não conhecia a esperança em Jesus Cristo.

Um ano depois, meus pais se separaram. O mundo desabou para mim. Eles brigavam muito, mas uma separação sempre é mais dolorida para quem não escolheu passar por aquela situação. Não me senti amada por meus pais. Não me sentia amada por ninguém. Vivenciei tanto sofrimento por todas as pessoas envolvidas na separação, que decidi não amar para não sofrer. Como se fosse uma decisão simples assim. Pensei: Se amar é uma decisão, não amar também é.

Até que um dia Deus me fez ver as coisas de outra forma. Eu me casei e fomos abençoados com o nascimento do meu primeiro filho. Não me sentia preparada para amar tanto assim. Meu filho nasceu prematuro de oito meses e, após seis horas do nascimento, foi para a UTI por causa da insuficiência respiratória aguda. Ficou entubado e passou três dias sem reação nenhuma do movimento respiratório espontâneo. Minha fé em Deus era muito grande. Eu estava tranquila, pois sabia que Ele estava cuidando de tudo. As pessoas até estranhavam minha paz. Era a paz que só Jesus pode dar por meio da oração.

Tive que passar por esse processo para poder amar intensamente e cuidar de uma criança indefesa que necessitaria de muitos e importantes cuidados. Deus me fez sentir o que eu não queria sentir. Experimentei o amor descrito em 1 Coríntios 13:4.

Querida irmã, às vezes precisamos andar no deserto para ter comunhão com Deus, para que estejamos unidas a Jesus Cristo. O Salvador veio ao mundo para que conhecêssemos o Pai e o amor infinito que Ele tem por nós. Jesus nos ensinou o que é verdadeiramente amar.

Hoje posso sentir amor pelo meu marido, meus filhos, por toda minha família, amigos e todos ao meu redor porque decidi abrir meu coração a Jesus Cristo, meu Salvador, e decidi amar.

Carla S. Moreno Ortega