Maggie era uma cachorrinha de quatro anos. Sua pelagem branca encaracolada e seu tamanho em miniatura a faziam parecer doce e fofinha. Ela era um cão de resgate. O adestramento em casa era um problema. Ela também era antissocial. Mas ela me amou quase instantaneamente.
Eu era professora. No primeiro dia de aula, deixei Maggie em casa no cercado dela. Quando voltei do trabalho, o desastre estava me esperando. Sua roupa de cama estava toda rasgada. Sua boquinha sangrava devido a seus esforços para arrancar a porta do cercado de tela. No dia seguinte, levei a Maggie amordaçada para a escola comigo. Os alunos se revezaram para andar com a Maggie, acariciando-a e falando palavras gentis a ela. Levou cerca de três meses para que o adestramento funcionasse. Meus alunos adoraram aquele pacotinho fofo, ignoraram seus rosnados e traziam pequenas guloseimas. Logo ela estava choramingando de felicidade quando as crianças entravam pela porta da sala de aula. Então, demos a ela uma chance. Quando removi sua focinheira, Maggie correu pela sala de aula, parou em cada criança e lambeu as mãos delas. O amor havia vencido.
Depois de me aposentar, o que Maggie mais gostava de fazer era correr pelos nossos campos e brincar de esconde-esconde com nosso cachorro grande, Patch. Os anos voaram e logo chegou o aniversário de quinze anos de Maggie. Em pouco tempo, ela começou a ter problemas de saúde. Pouco a pouco, ela nos deixou. Maggie ficou quase totalmente surda e cega. Eu a carregava para todos os lugares, orando para que ela simplesmente dormisse e não acordasse mais. Mas isso não aconteceu. No domingo de Páscoa, ela chorou a noite toda.
No consultório do veterinário, no dia seguinte, segurei a querida cabecinha de Maggie. Ela olhou em meus olhos enquanto adormecia pela última vez. O veterinário a colocou em uma pequena caixa parecida com um caixão e nós a trouxemos para casa. Para onde quer que eu me virasse, havia memórias que apertavam meu coração. Minha dor foi cruel por muitos dias. Meu médico me disse que perder um animal de estimação muito amado era como perder um filho.
No entanto, agradeço a Deus por ter trazido à minha vida o amor de minha fiel amiguinha. Maggie me ensinou que vale a pena qualquer esforço necessário para salvar alguém ou alguma coisa.
{ Patrícia Cove }