Ele é magro de fazer inveja a qualquer top model. O bicho-pau não precisa se matar de fome e ficar dia e noite em academias de ginástica para manter o corpo esbelto. Normalmente tem a forma de um graveto e se assemelha à vegetação onde vive. Assim, fica quase invisível. O bicho-pau pertence à ordem phasmida, com mais de 2.500 espécies e só come vegetais. Entre eles, está o inseto mais longo do mundo, com 50 centímetros. Algumas espécies têm asas.
Para se disfarçar, fica um dia inteiro imóvel. Mas, se for apanhado por um pássaro ou morcego, o bicho-pau pode largar uma perna para o invasor comer, enquanto escapa. A filosofia dele é: vão-se as pernas e ficam a cabeça e o corpo. Ele sobrevive sem uma perna ou duas e, em alguns casos, a natureza mesma faz o implante. Não é incomum entre os invertebrados a restauração de novos membros e até dos olhos, quando o ferimento não é muito grave.
A orientação de Jesus no verso de hoje nem sempre é bem entendida. Já houve casos reais de pessoas que deceparam partes do corpo, na esperança de vencer algum pecado ou de superar um mau hábito. Elas achavam sinceramente que estavam certas. A decepção por decepar uma parte do corpo vem em seguida, ao perceber que o problema continua apesar do extremo sacrifício. Imagine uma pessoa acostumada a roubar. Ainda que lhe arranquem as duas mãos, será que isso muda a sua mente? É claro que não! Jesus usou uma linguagem simbólica. Nada pode ser comparado ao valor da vida eterna, nem mesmo um corpo perfeito e bonito.
Jesus não pede que mutilemos o corpo, cortando as mãos ou os pés. Cortar um desses órgãos significa controlar os pensamentos. A razão é clara: quando nossos pés caminham por lugares perigosos, ou nossos olhos passeiam sobre as cores do mal, o problema não está neles e sim na mente.
Negar-se a ver, escutar, saborear ou tocar nas coisas que nos estimulam ao pecado é agir como o bicho-pau. É deixar nas mãos do predador uma perna, as mãos ou um dos olhos. E pode crer: Deus fará um lindo transplante em sua vida, dando a você muito mais do que é possível imaginar.