Era o ano 31. Sexta-feira de Páscoa. Enquanto os habitantes de Jerusalém ainda acordavam, Jesus e dois malfeitores cambaleavam pela Via Crúcis, uma espécie de corredor da morte, carregando pesadas vigas de madeira. O destino? O Monte da Caveira, onde seriam despidos, zombados e pendurados em cruzes.
Enquanto os dois ladrões eram crucificados, gritos de dor se misturavam com palavras de ódio e xingamento. Ambos mereciam aquela punição. Mas, na cruz do meio, estava o imaculado Salvador, Aquele que não merecia uma gota de sofrimento sequer. Por trás do sangue a correr pela face, havia um semblante de paz e perdão.
A Bíblia não menciona o nome dos dois ladrões que foram crucificados com Cristo, mas o Evangelho de Nicodemos, uma obra apócrifa do período pós-apostólico, os identifica como Dimas e Gestas. Dimas, o chamado “bom ladrão”, é descrito como aquele que repreendeu o outro malfeitor por suas blasfêmias. Embora não consideremos as obras apócrifas confiáveis no sentido teológico, há nelas informações históricas úteis, muitas vezes respaldadas pela história e pela tradição da igreja.
Quem era Dimas? Ele não era um malfeitor de coração endurecido, mas se enveredou no mundo do crime por causa das más companhias. Ao ser levantado ao lado do Salvador, recordou tudo que ouviu a respeito do Homem de Nazaré. Ele havia se convencido pelos ensinos de Cristo, mas a semente do evangelho foi esmagada pelos líderes religiosos de sua época. Agora, enquanto olhava para o rosto de Jesus, ele disse: “Senhor, lembra-Te de mim quando vieres no Teu reino” (Lc 23:42, ARA).
O pedido do ladrão foi prontamente atendido pelo Autor da graça. Cheio de misericórdia, Jesus respondeu: “Em verdade Eu te digo, hoje, estarás Comigo no paraíso” (v. 43, TEB). Essas palavras soaram como música aos ouvidos de Dimas. Naquele momento, todos os registros de seus crimes foram apagados no livro do Céu. A esperança renasceu em seu coração.
Assim como Jesus perdoou aquele ladrão, pode perdoar você também. Não importa o seu passado nem os caminhos que você palmilhou. Jesus quer “zerar o cronômetro” e lhe dar uma nova chance. Você também deseja se preparar para subir ao paraíso quando Jesus voltar?