Domingo
03 de dezembro
O brado de vitória
Este é o Senhor, a quem aguardávamos; na Sua salvação exultaremos e nos alegraremos. Isaías 25:9

É ouvida pelo povo de Deus uma voz clara e melodiosa, dizendo: “Erguei a vossa cabeça” (Lc 21:28). Levantando os olhos para o céu, eles contemplam o arco da promessa. As nuvens escuras e ameaçadoras que cobriam o firmamento se abrem e, como Estêvão, olham fixamente para o céu. Eles veem a glória de Deus e o Filho do homem sentado sobre o Seu trono. Identificam em Sua forma divina os sinais de Sua humilhação. De Seus lábios, ouvem o pedido apresentado diante do Pai e dos santos anjos: “A Minha vontade é que onde Eu estou, estejam também comigo os que Me deste” (Jo 17:24). Novamente se ouve uma voz, melodiosa e triunfante, dizendo: “Eles vêm! Eles vêm! Santos, inocentes e incontaminados. Guardaram a palavra da Minha paciência; andarão entre os anjos.” Então, os pálidos e trêmulos lábios dos que mantiveram firme a fé proferem um brado de vitória.

É à meia-noite que Deus manifesta Seu poder para o livramento de Seu povo. O Sol aparece resplandecendo em sua força. Sinais e maravilhas se seguem em rápida sucessão. Os ímpios contemplam a cena com terror e espanto, enquanto os justos veem com solene alegria os sinais de seu livramento. Tudo na natureza parece desviado de seu curso. As correntes de água deixam de fluir. Nuvens escuras e pesadas sobem e chocam-se umas nas outras. Em meio dos céus agitados, acha-se um espaço claro de glória indescritível, de onde vem a voz de Deus como o som de muitas águas, dizendo: “Feito está” (Ap 16:17).

Essa voz abala os céus e a terra. Há um grande terremoto “como nunca houve igual desde que há gente sobre a Terra; tal foi o terremoto, forte e grande”(Ap 16:18). O firmamento parece abrir-se e fechar-se. A glória do trono de Deus atravessa a atmosfera. As montanhas agitam-se como a cana ao vento, e rochas irregulares são espalhadas por todos os lados. Há um estrondo como de uma tempestade a sobrevir. O mar é açoitado com fúria. Ouve-se o barulho assustador do furacão, semelhante à voz de demônios na missão de destruir. A Terra inteira se levanta, dilatando-se como as ondas do mar. Sua superfície está a quebrar-se. Seu fundamento parece ceder. Cadeias de montanhas estão a revolver-se. Desaparecem ilhas habitadas. Os portos marítimos que, pela iniquidade, tornaram-se como Sodoma, são tragados pelas águas enfurecidas (O Grande Conflito, p. 636, 637).