No dia 25 de janeiro de 2019, Brumadinho, uma tranquila cidade de Minas Gerais, entrou para a história com uma notícia devastadora. O rompimento de uma barragem de rejeitos de mineração provocou a morte de centenas de pessoas.
Esse triste episódio me fez refletir sobre um outro “acidente”, envolvendo não apenas uma cidade, mas toda a humanidade. Certamente o cenário de tremenda destruição e desolação, a “cena do crime”, faz parte de um plano frio e calculista para destruir a criação. O ser humano é o foco principal. O que a lama de rejeitos não matou, o descaso e a impunidade completarão o serviço.
O mandante do crime faz questão de ser o executor da desgraça. Não há pessoa mais perita em destruir do que ele. Opera em grande e pequena escala. Não tem preferência nem calcula riscos. Quanto maior o estouro, melhor. Não mede esforços.
Sempre foi assim? Não. Em sua origem, ele demonstrou-se bom. Tinha nome e estilo de vida totalmente diferentes dos atuais. O que o fez assim? Acredita-se que alimentou mal seu ego, dando prioridade ao egoísmo; e a raiz foi longe, influenciando um terço de seus companheiros de espécie.
Lama é a técnica que menos importa para ele, desde que veja criaturas expostas no chão, humilhadas, destruídas. Faz uso de uma estratégia infalível, o fruto do mal, cujos sabores são egoísmo, cobiça, ganância e más intenções.
O desejo obcecado de obter e controlar o alimenta diariamente, em especial nos últimos tempos, por sentir que seus dias estão contados. Toda uma nação sente dor quando uma criança desaparece, um mendigo é espancado até a morte, uma jovem é violentada no metrô, uma empresa é saqueada, pessoas no carro são atingidas por tiros, um idoso morre sem leito ou atendimento na emergência.
As proporções dessa guerra não se medem por nossa mente finita. Não temos nem mesmo noção de tantas tragédias que são impedidas pelos anjos, diariamente.
Não há como permanecermos alheias a esse grito silencioso da humanidade. Afeta Brumadinho, Belo Horizonte e o Brasil. Afetará a mim e a você também. Somos todos criaturas nessa miserável cena de guerra.
Vamos escrever juntas o fim desta história. Façamos nossa parte. Sejamos parte dos planos de Deus. Vamos atuar no cenário do Senhor. Abreviar o fim dessa dor é nossa responsabilidade. A ordem é simples e foi dada por quem nos criou: Vão! (Mt 28:19).
Juliana Lang da Silva