Era um cartão novo. Não me lembrava de tê-lo comprado, mas ali estava ele, na minha pasta de cartões. As brilhantes palavras “Feliz Aniversário Para Nosso Genro” traziam à tona um leque de emoções. O divórcio da minha filha estaria concluído dentro de poucos dias. As tristes circunstâncias ainda não haviam calado no espírito, mas claramente eu não precisaria mais daquele cartão. Ainda não sei se vou jogá-lo fora. Penso em dá-lo a uma amiga cuja filha é feliz no casamento. Ela poderá usá-lo.
Como pais, por que acreditamos, implicitamente, que estamos preparando nossos filhos para uma vida feliz? Respondendo à minha própria pergunta, suponho que simplesmente não podemos imaginar que deverão estar preparados para a tristeza ou mesmo para um coração partido. No entanto, a realidade sugere uma visão mais pragmática. Minha filha, agora, faz parte dos 50% de casais que se divorciam. Deixando os números de lado, lamento por ela e oro em seu favor. Ela é mais do que uma estatística para Deus.
Passado o choque inicial, ela decidiu ir em frente. Fingia empolgação ontem, quando telefonou para descrever a nova casa alugada, enfatizando cuidadosamente o fato de que tem a metade do tamanho da sua casa atual. Na próxima semana, vou ajudá-la a encaixotar as coisas. Terei que demonstrar animação. Não será hora de chorar.
Na verdade, sinto-me aliviada porque ela não entende que as coisas deveriam ser perfeitas. Ela não vive sob a errônea compreensão de que as aflições jamais baterão à sua porta. Ela se dá a licença de lamentar, mas depois se assenta com genuína determinação de planejar um novo orçamento.
Sou grata pelo fato de que minha filha acredita que Deus está perto dela, mesmo agora. Ela tem sentido Seu amor e terno conforto durante noites insones. Voltando-se para Ele quando nada fazia sentido, ela tem sido abençoada com nova compreensão e renovada segurança. No início, mostrava-se emotiva, mas agora a objetividade e o realismo consciente precisam assumir o controle. Com o auxílio de Deus, sei que ela passará para a fase seguinte de sua vida com resolução e tenacidade. As perdas de hoje abastecerão as esperanças do amanhã.
Então, o que uma mãe tem a fazer? Eu desejaria tê-la protegido disso, mas preciso ir em frente também. Certamente posso repousar na certeza de que ela cresceu e se tornou uma mulher espiritual – sua fé é sólida. Como sou grata a Deus pela bênção de uma filha – casada ou não!
Linda Nottigham