Depois de Sua ascensão, o Salvador iniciaria Sua obra como nosso Sumo Sacerdote. Diz Paulo: “Cristo não entrou em santuário feito por mãos, figura do verdadeiro, porém no mesmo Céu, para comparecer, agora, por nós, diante de Deus” (Hb 9:24). Assim como o ministério de Cristo deveria consistir em duas grandes divisões, ocupando cada uma delas um período de tempo e tendo um lugar distinto no santuário celestial, semelhantemente o ministério típico consistia em duas divisões – o serviço diário e o anual – e a cada um deles era dedicado um compartimento do tabernáculo.
Assim como Cristo, por ocasião de Sua ascensão, compareceu à presença de Deus, a fim de pleitear com Seu sangue em favor dos crentes arrependidos, também o sacerdote, no ministério diário, aspergia o sangue do sacrifício no lugar santo em favor do pecador.
O sangue de Cristo, ao mesmo tempo que livraria da condenação da lei o pecador arrependido, não cancelaria o pecado; este ficaria registrado no santuário até a expiação final; assim, no cerimonial típico, o sangue da oferta pelo pecado removia do penitente o pecado, mas este permanecia no santuário até o dia da expiação.
No grande dia da recompensa final, os mortos devem ser “julgados, segundo as suas obras, conforme o que se achava escrito nos livros” (Ap 20:12). Então, pela virtude do sangue expiatório de Cristo, os pecados de todo o verdadeiro arrependido serão eliminados dos livros do Céu. Assim o santuário estará livre ou purificado do registro de pecado. No tipo, a grande obra de expiação, ou cancelamento de pecados, era representada pelas cerimônias do dia da expiação, ou seja, pela purificação do santuário terrestre, a qual se realizava pela remoção dos pecados com que ele ficara contaminado, remoção efetuada pela virtude do sangue da oferta para o pecado.
Assim como na expiação final, os pecados dos verdadeiros arrependidos serão apagados dos registros do Céu para não mais serem lembrados nem virem à mente, também no serviço típico os pecados eram levados ao deserto, para sempre separados da congregação.
Visto que Satanás é o originador do pecado, o instigador direto de todos os pecados que ocasionaram a morte do Filho de Deus, a justiça exige que Satanás sofra a punição final (Patriarcas e Profetas, p. 357, 358).