Segunda-feira
18 de setembro
O colo de Deus
A pessoa mais importante no Reino do Céu é aquela que se humilha e fica igual a esta criança. Mateus 18:4

Enquanto existe gente que não vê a hora de a infância passar, eu posso garantir que tenho muita saudade do tempo em que era menino. No versículo de hoje, Jesus compara a atitude dos verdadeiros cristãos com o jeito de ser dos pequenos.

Séculos antes, o salmista Davi foi na mesma direção ao dizer que se sentia “como a criança desmamada” e “quieta nos braços da mãe”. Ele afirma: “Assim eu estou satisfeito e tranquilo, e o meu coração está calmo dentro de mim” (Salmo 131:2).

Para Davi, isso era resultado da confiança que ele havia aprendido a depositar em Deus, que o livrava do terrível sentimento do orgulho. Quem experimenta o que o salmista expressou vive como uma criança nos braços de Deus e deixa de ter comportamentos orgulhosos, como ansiedade e medo.

Segundo John Piper, o orgulhoso “não gosta de admitir ansiedade alguma. E se precisa, não gosta de admitir que o remédio seja confiar em alguém mais sábio e mais forte. […] A graça reconhece a necessidade de ajuda. O orgulho não. A fé se fundamenta na ajuda de Deus. O orgulho não” (Graça Futura, p. 96).

Pelo fato de sentir como uma criança nos braços de Deus, Davi também disse que não olhava os outros com arrogância. Sua relação com o semelhante passou a ser equilibrada e deixou de ser pautada por sentimentos como vanglória e autopiedade.

Segundo Piper, a vanglória “é a reação do orgulho ao sucesso […] Quem se vangloria diz: ‘Mereço admiração porque fiz um sacrifício muito grande”. Para o autor, a autopiededade “é a reação do orgulho ao sofrimento. […]. Quem tem pena de si mesmo diz: ‘Mereço admiração porque fiz um sacrifício muito grande.’ […] A autocompaixão é a voz do orgulho no coração do fraco. É a reação do orgulho não aplaudido” (ibid.). Preocupações com poder, títulos e aparência física também não fazem parte da vida de quem confia na graça divina. Quem é como uma criança no colo de Deus não fica com as criancices que caracterizam aqueles que confiam em si mesmos.

Lembro-me de quando minha filha era bebê. No colo da mãe, depois de mamar, ela ficava tranquila e quieta, pois estava plenamente satisfeita. O ser humano que encontra Deus tem a mesma sensação e reconhece que o colo do Pai é o segredo da felicidade eterna.