O dinheiro não é necessariamente uma maldição. Ele é de grande valor porque, se corretamente usado, pode fazer bem na salvação de pessoas, em bênçãos a outros que são mais pobres do que nós mesmos. Pelo uso inadequado ou insensato, […] o dinheiro se tornará um laço para o seu possuidor. Aquele que emprega o dinheiro na satisfação do orgulho e ambição o torna uma maldição em vez de uma bênção. O dinheiro é uma prova constante das amizades. Aquele que adquire mais do que o suficiente para suas necessidades reais deve buscar sabedoria e graça para conhecer o próprio coração e guardá-lo diligentemente, para que não tenha necessidades imaginárias e se torne um administrador infiel, usando com esbanjamento o capital que o Senhor lhe confiou.
Quando amarmos a Deus acima de tudo, as coisas temporais ocuparão o lugar certo em nossas afeições. Se humilde e resolutamente buscarmos conhecimento e habilidade para fazermos uso correto dos bens do Senhor, receberemos sabedoria do alto. Quando o coração se inclina para as próprias tendências e preferências, quando é acariciado o pensamento de que o dinheiro pode conferir felicidade sem o favor de Deus, então o dinheiro torna-se um tirano, governando a pessoa; recebe sua confiança e estima e é adorado como um deus. Honra, verdade, retidão e justiça são sacrificados sobre seu altar. Os mandamentos da Palavra de Deus são postos de lado, e os costumes e usos do mundo, ordenados pelo rei Mamom, tornam-se um poder controlador.
Se as leis dadas por Deus tivessem continuado a ser praticadas, quão diferente seria a presente condição do mundo, tanto moral, como temporal e espiritualmente. Egoísmo e exaltação próprios não seriam manifestados como agora, mas cada um manifestaria bondosa consideração pela felicidade e bem-estar de outros. […] Em vez das classes mais pobres serem esmagadas pela opressão dos ricos, em vez de terem o cérebro de outro para pensar e planejar por eles em coisas temporais e espirituais, teriam alguma oportunidade para independência de pensamento e ação.
O senso de serem possuidores da própria casa haveria de inspirá-los com um forte desejo de progresso. Adquiririam habilidade em planejar e idear por si mesmos; seus filhos seriam educados em hábitos de diligência e economia, e o intelecto seria grandemente fortalecido. Haveriam de sentir que são seres humanos, não escravos, e seriam capazes de reconquistar em grande medida o respeito pessoal e independência moral perdidos (O Lar Adventista, p. 372, 373).