Sábado
21 de janeiro
O dom da escolha
Por isso não tema, pois estou com você; [...] pois sou o seu Deus. Eu o fortalecerei. Isaías 41:10, NVI

Durante grande parte de minha infância, morei com minha avó, Essie Mae. Quando ela faleceu, esse período de luto deu origem a sentimentos de insegurança e senti a dor do abandono. Quando eu tinha nove anos, fui morar com meus pais, que me enviaram para uma escola primária a alguns quarteirões de distância.

A adaptação foi dura e ainda mais dificultada por Carl, o valentão do pátio da escola. Todos os dias, durante o intervalo, ele me provocava na frente das outras crianças e ameaçava me “pegar” depois da escola. Eu não sabia o que significava “pegar”, mas podia perceber pela reação de algumas outras crianças, que agora se distanciavam de mim, que não se tratava de diversão e brincadeiras.

Cumprindo sua palavra, Carl esperava por mim depois da escola. Eu começava a correr, e ele me perseguia por vários quarteirões. Nenhum adulto, nem mesmo minha própria mãe, nunca me questionou sobre por que eu estava sem fôlego ou por que meu cabelo estava bagunçado.

Então, um dia, para minha surpresa, fiz uma escolha. Quando o sinal tocou, indicando que as aulas tinham acabado por mais um dia, decidi – em algum lugar entre minha sala de aula e a porta de saída – que não iria mais correr. Sim, Carl estava esperando por mim com sua ameaça: “Eu vou te pegar; é melhor você correr!” Embora ele sempre me assustasse, nesse dia especial, também escolhi não deixar o medo me dominar. Virei-me para encará-lo e, com as mãos para cima, afirmei para ele: “Não vou mais correr.” Eu esperava que ele começasse a me bater. Em vez disso, ele disse: “Tudo bem”, e foi embora. Eu não sabia se ele estava dizendo a verdade, e não sabia nem como dar o primeiro passo em direção à minha casa andando, em vez de correr.

A escolha de falar com ousadia por mim mesma naquele dia foi boa, pois o medo e a corrida pararam tão rapidamente quanto começaram. Eu gostaria de poder dizer que o medo tem sido facilmente dominado em minha vida adulta, e que a ansiedade não tem sido o fator motivador de muitas escolhas infelizes que tenho feito. No entanto, naquele dia, aprendi que quando faço a boa escolha de encarar o medo e dizer: “Não estou mais correndo”, o medo se vira e vai embora com um “tudo bem”.

Estou determinada nesse período da minha vida a valorizar o dom da escolha. Bendito seja Deus pelas oportunidades de ver e aceitar as lições que só a liberdade de fazer escolhas pode oferecer!

{ Gail Masondo }