Segunda-feira
13 de maio
O dom do perdão
Suportem-se uns aos outros [...]. Perdoem como o Senhor lhes perdoou. Colossenses 3:13

Shellie Renee é minha primogênita. Ela é inteligente, divertida, compassiva por natureza, e simples. Shellie é uma lutadora – desde quando estava no útero, devido à minha gravidez complicada, que desafiou a nós duas. Quando criança, Shellie era minha companheira de viagem. Fiquei encantada ao vê-la crescer diariamente.

Depois que o pai de Shellie e eu nos divorciamos, nossa vida mudou. É o que acontece quando a perda ocorre. O tempo, quando respeitado, promove a cura. No entanto, minha baixa autoestima não permitiu, e não permitiria, o adequado passar do tempo. Entrei em outro relacionamento cedo demais. Antes que a união terminasse, nasceu meu filho, Jonathan. Eu me sentia solitária e procurei meus caminhos para diminuir a dor. Em certo sentido, “abandonei” os meus pequeninos, proferi palavras que mais feriam que animavam, e ergui mãos que infligiram dano corporal em vez dos abraços que ambos mereciam e precisavam. Ao longo dos anos, e com mais perda emocional, comecei a me esconder em uma concha mais difícil e complicada. Infelizmente, uma das consequências disso foi a crescente desconfiança entre Shellie e eu. Perdi oportunidades de celebrar com minha filha. A cada tentativa fracassada de reconciliação, caía mais profundamente em vergonha, culpa e perda.

Davi, uma vez, clamou: “Meu pecado sempre me persegue” (Sl 51:3). O meu também! Mesmo assim, Shellie me perdoou, repetidas vezes. Ela envolveu seu perdão em encorajamento, afirmação e paz. Nos últimos anos, visitamos uns aos outros em três continentes diferentes, inclusive a África, onde agora vivo. Ela e eu sempre procuramos estar disponíveis uma para a outra. Isso se chama cura, restauração e reconciliação. O dom dela de perdoar, enquanto estende a mão e o coração para mim, flui sobre meu ser como uma fonte de promessas feitas e mantidas entre nós duas.

Eu a vi crescer como autora de dois livros e palestrante. Ela defende os oprimidos, usa habilidades e experiências pessoais para ensinar as mães solteiras e aqueles que têm um passado disfuncional, para que eles consigam transformar sua vida e ter um amanhã melhor.

Sou tão grata! Que mundo maravilhoso seria se entregássemos, uns aos outros, o que Shellie – minha filha, minha irmã, minha amiga e minha heroína – me deu: o dom do perdão!

Gail Masondo