Que orgulhosa a senhora Zebedeu se sentia ao ver os filhos entre os doze apóstolos de Jesus! Tiago e João fizeram parte do primeiro grupo dos que haviam abandonado o lar e os amigos para estar com Ele. Eram amigos chegados que conviviam diariamente com Jesus, sendo instruídos e acolhidos por Ele e, no ardor do afeto, desejaram maior proximidade no reino.
A mãe de Tiago e João era seguidora de Cristo. Mas, na forma distorcida de amá-Lo, ambicionava para os filhos o lugar mais honroso no reino.
Como era época da Páscoa, Jesus foi a Jerusalém. Chamando os doze discípulos, Jesus lhes explicou o que Ele sofreria, mas os discípulos não O compreendiam. Estranhavam que falasse de humilhação, traição e morte, tendo lhes prometido sentarem-se em tronos a fim de julgar as doze tribos de Israel. Eles acreditavam no reino imediato. Então a “mãe coruja” solicitou a Jesus que colocasse seus filhos, um à Sua direita e outro à esquerda.
Jesus não a recriminou. Também não recriminou os filhos dela por terem buscado proeminência sobre os demais discípulos. Sabia que O amavam, ainda que imperfeitamente, por isso procurou aprofundar esse amor, instigando-os a pensar se beberiam o cálice que Ele beberia. Tentou fazê-los compreender que o reino de Deus tem uma lógica diferente da humana. Trono e coroa não são prêmios por favoritismo, mas penhores da vitória sobre o próprio eu, pela graça divina.
Jesus percebeu a irritação dos demais discípulos diante da solicitação. Mas isso era o que eles também queriam. Assim, disse: “Não será assim entre vocês” (Mt 20:26).
Na lógica do mundo, posição implica engrandecimento próprio e a existência de dominados e dominantes. Na lógica do reino de Cristo, as pessoas eram chamadas “não à autoridade, mas ao serviço; e os fortes, a sofrer as fraquezas dos fracos. Poder, posição, talento e educação colocavam aqueles que os possuíam sob maior dever de servir aos semelhantes” (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 550).
Talvez cometamos esse erro. Somos cristãs, amamos a Deus e professamos servi-Lo. Mas como lidamos com cônjuge, filhos, colegas de trabalho, irmãos da igreja e não cristãos? Grandeza, no reino de Deus, é servir ao nosso próximo e não exercer poder sobre ele.
Que Deus lhe dê a grandeza de Cristo, tornando-a servidora do próximo!