Quinta-feira
02 de fevereiro
O equívoco do policial
Sabemos que Deus age em todas as coisas para o bem daqueles que O amam, dos que foram chamados de acordo com o Seu propósito. Romanos 8:28

Lembro-me claramente de como foi visitar uma prisão pela primeira vez. Antes que os oficiais me permitissem passar pelas portas trancadas, eles me examinaram e também os meus pertences. Suportei tudo isso a fim de visitar meu amado filho de 15 anos de idade. Ele era usuário de drogas e estava preso por ter assaltado uma loja com uma arma de brinquedo. Ele precisava de um defensor que o amasse.

Fui conduzida por um corredor sem ventilação, com duas celas. Em uma delas estava meu filho. Quando ele me viu, arrastou-se – chorando – na minha direção. Vê-lo naquele trágico estado ultrapassou minha capacidade de suportar. Não consegui conter uma explosão de lágrimas. Uns dez minutos depois, um policial abriu a porta e chamou o nome do meu menino. – Nós vamos levá-lo ao fórum para passar pela avaliação de uma assistente social e um psicólogo.

Assustada, perguntei: – Posso ir com ele? Acabei de chegar aqui para visitá-lo.

– A senhora pode ir – respondeu o oficial –, mas não conosco. A senhora tem o direito de falar no fórum, se puder ir até lá por conta própria.

Eu sabia onde se localizava o prédio, mas ficava a uma boa distância da prisão. O policial saiu com meu filho. Uma vez do lado de fora, comecei a correr tão rapidamente quanto podia em direção ao prédio onde meu filho seria avaliado. Enquanto eu corria, minha mente também correu para Romanos 8:28, uma promessa de Deus que reivindiquei incessantemente enquanto me esforçava para manter o ritmo dos passos.

Exausta, cheguei ao fórum no momento certo. Alguns minutos depois, um oficial chamou meu filho, mas se dirigiu a ele por outro nome. Olhando para meu filho, o psicólogo disse: – Esse não é o rapaz que devia estar aqui! – O oficial se desculpou e disse que levaria meu filho de volta à prisão e faria a troca correta do interno. De repente, vendo-me, o psicólogo perguntou: – A senhora é a mãe desse rapaz?

Confirmei com a cabeça.

– Então deixe o rapaz aqui – ordenou o psicólogo. – Eu gostaria de conversar com o jovem e sua mãe, juntos.

Deus usou o equívoco de um oficial da prisão e minha extenuante corrida para transformar essa situação em uma oportunidade de advogar em favor do meu filho. Anos atrás, Deus também usou os erros da humanidade – e a extenuante corrida terrestre de Cristo – para transformar a queda da raça humana em oportunidade para que Ele advogasse em nossa defesa. Que amor! Que amor paterno incondicional!

Vera Lúcia F. S. Ferrari