Quarta-feira
19 de fevereiro
O espinho e a graça
E, para que não me ensoberbecesse com a grandeza das revelações, foi-me posto um espinho na carne, [...] a f im de que não me exalte. Por causa disto, três vezes pedi ao Senhor que o afastasse de mim. Então, Ele me disse: A Minha graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza. 2 Coríntios 12:7-9

É possível que, em algum momento da vida, você tenha orado fervorosamente para se livrar de uma dificuldade, apenas para ver passarem os dias e tudo continuar como sempre. Que sentimentos alimentou, então? Contudo, veja só! Aqui está Paulo convivendo com uma provação, sem que isso significasse abandono ou castigo da parte do Senhor. Deus havia permitido a prova para mantê-lo humilde. Quanto maiores fossem seus privilégios, mais necessário era que percebesse sua absoluta dependência de Deus.

O que era esse espinho tem sido objeto de muita especulação. As sugestões incluem problemas como depressão, tentações, desejos sensuais, fraqueza física, aparência pessoal, epilepsia e problemas visuais. Qualquer que fosse a natureza desse espinho doloroso, ele orou intensamente para que lhe fosse retirado; mas a resposta divina foi: “Minha graça te basta.”

A graça é suficiente para tudo em nossa experiência cristã. Ela nos sustenta e fortalece. Por causa dela, somos aceitos, perdoados e salvos. Nossa inteligência não nos basta; nossos recursos financeiros também não. Nossos amigos ajudam, mas não resolvem tudo. Só a graça é suficiente.

Tendo recebido muitas vezes o conforto da graça, em momentos de profunda depressão, Charles Spurgeon chegou à seguinte conclusão: “Se nenhum dos santos de Deus fosse humilhado e sujeito às provações, não conheceríamos tão bem nem metade da consolação da graça divina. Quando encontramos um andarilho que não tem onde reclinar a cabeça, mas que pode dizer: ‘mesmo assim confiarei’, ou quando vemos um pobre necessitado de pão e água que ainda se gloria em Jesus; quando vemos uma viúva enlutada assolada por aflições e ainda tendo fé em Cristo, que honra isso reflete no evangelho! A graça de Deus é exemplificada e engrandecida na pobreza e nas provações dos crentes” (Manhã e Noite [Devocional Diário, 4 de março]). Sim, é na fraqueza que o cristão sente a força do poder de Cristo e se agiganta. Por isso, aconselha Spurgeon, “se o teu [caminho] for um caminho atribulado, regozija-te Nele [Deus], pois mostrarás o teu melhor através da todo-suficiente graça de Deus. Quanto a Ele falhar contigo, jamais penses nisso – odeia esse pensamento. O Deus que foi suficiente até agora o será até o fim”.