Minha mãe era uma mulher sensacional. Alegre, bonita, elegante, cheirosa, cheia de atributos que, para os amigos, faziam dela uma excelente companhia. Todos desejavam tê-la por perto pelo seu jeito contagiante.
O que as pessoas não sabiam é da máscara que ela usava para esconder o vazio e a tristeza que sentia pelas dores causadas ao longo de dois divórcios, mudanças, perdas e muitas lágrimas derramadas.
Em 20 de abril de 2012, ela faleceu de forma repentina. Havia sobrevivido a dois infartos, porém, o terceiro foi fulminante, não lhe dando oportunidade de receber socorro e nos deixando não apenas com um grande vazio, mas com a pergunta: “Por que, Senhor?”
Na verdade, todos, amigos e familiares, não entediam o porquê de sua morte. Aparentemente tudo estava bem. Ela tomava os remédios, descansava, procurava se cuidar ao máximo, mas não desconfiávamos da realidade que ela vivia quando estava sozinha.
Ao longo desses anos, após a sua morte, não posso dizer que sei a razão por que ela morreu, mas posso dizer por que Deus permitiu. Ele é maravilhoso. Conhece o fim desde o princípio e conhecia as dores de minha mãe. Ela descansou para que não precisasse mais fingir, para não precisar mais se esconder, para que sua dor e sofrimento acabassem. Ele permitiu para que ela pudesse ter um recomeço, uma nova vida ao Seu lado quando Jesus voltar.
Hoje olho para trás com saudade, mas feliz, pois sei que ela está descansando de todos os momentos difíceis pelos quais passou. Este mundo não pode mais lhe causar dor e sofrimento. Ela não precisa mais chorar nem fingir. Sei que seu anjo está aguardando o retorno do Mestre para acompanhá-la até seu novo lar, onde ela nunca mais precisará se esconder, onde ela será feliz eternamente.
Quanto a mim, só desejo reencontrá-la e ter a certeza de que o fim de sua vida na Terra será apenas o início da vida eterna que teremos juntas lá no Céu.
Aliene Rodrigues