Carnívoro o louva-a-deus é perito em camuflagem. Disfarçado entre a folhagem, só a cabeça triangular se move esperando a presa. As patas dianteiras são perfeitas para golpear. A tíbia se fecha sobre o fêmur, formando uma pinça com bordos dentados. Qualquer tentativa de escapar dessa armadilha é inútil!
Algumas fêmeas do louva-a-deus cortam a cabeça do macho no momento do acasalamento. Se estiver zangada, devora-o em seguida.
Os grandes olhos do louva-a-deus permitem que ele enxergue em todas as direções. O louva-a-deus pode girar a cabeça num ângulo de 180 graus. À espera de uma refeição desatenta, pode ficar imóvel por várias horas. De cada ovo podem nascer de 200 a 400 filhotes. Esfomeados, começam a caçar assim que nascem. A fome é tanta que eles comem uns aos outros. O louva-a-deus recebeu esse nome porque mantém as patas dianteiras sempre juntas, joelhos dobrados e olhos levantados para o céu. Mas esse jeitinho de devoto é só fachada. Por trás da aparência, há um canibal feroz.
Como esse bichinho, todos nós corremos o risco de dissimular ou usar máscaras. Às vezes, podemos dizer que está tudo bem, quando estamos doentes ou tristes, ou confirmar que foi um prazer estar com uma pessoa de quem não gostamos. As máscaras escondem quem somos por dentro. Além disso, produzem um sentimento de falsa segurança, pois os mascarados projetam uma imagem de honestidade e acham que têm o controle da situação.
Zorro e Batman são dois conhecidos mascarados perseguidos por gente que gostaria de saber o que escondem por trás da máscara. Um dia, todas as máscaras cairão, porque Deus vai derrubá-las. Podemos até enganar a alguns por algum tempo, mas não podemos enganar a todos o tempo todo. Foi isso o que Jesus disse aos fariseus: “Não há nada escondido que não venha a ser descoberto, ou oculto que não venha a ser conhecido” (Lucas 12:2).
O mascarado é um solitário. A máscara o distancia das pessoas que ele ama, de Deus e dele próprio. Por isso, não há nada melhor que permitir que Deus, o “Eu Sou o que Sou” (Êxodo 3:14) nos ajude a cultivar a sinceridade e a autenticidade, tão comuns nos jovens. Deus não usa máscaras. Ele pode nos ajudar a manter relacionamentos abertos e significativos. “Ser o que somos e vir a ser o que somos capazes de ser é o único objetivo da vida” (Spinoza).