Quarta-feira
17 de maio
O passarinho
Lancem sobre Ele toda a sua ansiedade, porque Ele tem cuidado de vocês. 1 Pedro 5:7

Quando eu estava na faixa dos 20 anos, deixei-me seduzir por um rapaz que havia me perseguido incansavelmente por semanas, até que me fisgou completamente. Depois, partiu meu coração.

Para meu ego e autoestima, aquilo foi desconcertante e inteiramente danoso.

Na verdade, eu havia chegado ao ponto de acreditar que esse rapaz era “o cara”, e mentalmente trabalhei duro para sutilmente mudar nele elementos sem os quais eu não podia viver. Fiz com que frequentasse a igreja, assistisse a DVDs evangelísticos, comesse mais comida vegetariana e renunciasse ao álcool. Tinha plena certeza de que ele mudaria. No entanto, ele chegou à conclusão de que amava a mim, e não a todas as coisas que faziam parte da minha vida. Um relacionamento seria “difícil demais”, com minhas regras e estipulações. Era anormal! A insinuação dele: Quem vivia como eu, a não ser eu?

Fiquei tão desesperada por me apegar ao condenado relacionamento que me dispus a fazer qualquer coisa para ficarmos juntos de novo. Até fazer planos específicos de experimentar bebidas alcoólicas pela primeira vez, a fim de me tornar mais “educada” para tomar decisões. Felizmente, Deus tinha outros planos, já que acordei no dia marcado com uma febre de 39 ºC que apareceu não sei de onde. Eu estava a ponto de delirar quando o Sr. Errado ligou para cancelar o encontro da noite, dizendo: “Não vou atrapalhar você e suas histórias de Deus. Acho que é um sinal.”

Fiquei deprimida, além de confusa e desapontada comigo mesma. No meio da tarde, já me sentia melhor. Levei um cobertor e livros até um parque próximo e me deitei para ler. Não haviam passado dez minutos quando notei um passarinho ali perto, gorjeando bem alto. De repente, ele veio saltitando e pousou na minha mão. Fiquei em estado de choque enquanto o passarinho e eu nos olhávamos fixamente. Pensei: Não posso me mexer, senão ele vai embora. Em vez disso, ele começou a cantar enquanto andava para lá e para cá sobre o meu braço. Voou até o meu ombro. Ele mantinha o olhar o tempo todo em mim, como se estivesse olhando dentro da minha alma.

As lágrimas me encheram os olhos. Pude sentir, naquele momento, que Deus estava à minha volta. Ele enviara o passarinho como garantia do Seu amor. Eu podia confiar nEle.

Agradeço porque Deus não julgou esta garota jovem, tola, em seu momento de fraqueza. Ele simplesmente a conduziu de volta ao caminho certo, ao demonstrar o Seu amor.

Naomi Striemer