Você faz parte de uma geração única na história. Nenhuma outra nasceu imersa no mundo digital nem recebeu tantos elogios e curtidas, virtuais ou reais. Ao contrário do que alguns possam imaginar, os resultados disso não são tão positivos. Muitos jovens atualmente sentem na pele as consequências negativas de terem crescido nesse ambiente de supervalorização.
Embora a validação seja importante, motivadora e desperte bons sentimentos, a cultura do like tem seu lado ruim. Muitas vezes, os elogios e as curtidas podem alimentar o orgulho, o egoísmo e a vaidade. Além disso, todos sabemos que nem todo elogio ou curtida que recebemos é sincero ou representa a realidade, e isso pode criar em nós uma falsa autoimagem.
Ao mesmo tempo, é fácil cair no vício de depender das aprovações externas e pautar a vida em busca da afirmação de outros. E se o reconhecimento não vier? Corre-se então o risco de cair em um erro ainda pior, o de, sem perceber, passar a elogiar a si mesmo em seus pensamentos e expressões.
Portanto, o melhor a fazer é não depender do reconhecimento alheio para sentir-se amado. Desconfie dos elogios, principalmente daqueles que não são fruto de um fato específico. As Escrituras indicam que, para Deus, todas as pessoas são iguais em valor e dignidade. Assim, você não é melhor nem pior do que ninguém. Por isso, cuidado com os elogios. Não se apegue a eles. O que vier às mãos para fazer merece ser feito com capricho, pelo senso do dever e não em troca de algum elogio, reconhecimento ou recompensa.
Deus confere aos seres humanos dignidade singular, de forma que todos somos especiais e importantes. Não precisamos viver dependentes do elogio dos outros. Na cruz do calvário, nosso valor real foi escancarado para todo o Universo. Que Deus nos ajude a buscar um único elogio: aquele que será ouvido, um dia, pelos que não confiaram em si mesmos, mas aguardaram o elogio de Deus: “Muito bem, servo bom e fiel! Você foi fiel no pouco, Eu o porei sobre o muito” (Mt 25:21).