M. J. Ryan, autor de O Poder da Adaptação, menciona o que dizem especialistas da medicina comportamental sobre as pessoas que dominam a arte da adaptação. Elas “vivem mais e melhor, porque compensam os hormônios do estresse que atacam nosso corpo com atitudes positivas e comportamentos que liberam hormônios capazes de restaurar o equilíbrio em nossas células e em órgãos e tecidos. É por isso que muitos especialistas definem a própria saúde como adaptabilidade” (p. 14).

Infelizmente poucos alcançaram o grau de adaptação proposto por Paulo.

Aprender a se ajustar às circunstâncias é sinal de maturidade. Esse ajuste não significa rendição à situação em detrimento de princípios e valores. Paulo deu o melhor exemplo de como se adaptar. Ele não se submetia aos valores do mundo que o cercava. Ele não tinha segurança física, financeira ou social. Sabia bem o que era ter fome, sentir dor e passar por perigos, mas se adaptava a essas circunstâncias, sem resmungar, reclamar, maldizer ou desanimar. Em seus lábios, havia sempre ações de graças.

Como Paulo conseguia se adaptar assim às circunstâncias, mesmo sofrendo tanto? Por trás das escolhas de Paulo havia uma certeza de que Deus o guiava para um alto propósito, como uma bússola que conduzia o apóstolo pelos caminhos difíceis.

Quando nos rebelamos e nos entregamos à autocomiseração diante de pequenos infortúnios, perdemos a grande oportunidade de malhar nossas fibras mentais e espirituais para quando surgirem os grandes infortúnios. O segredo é aproveitar cada adversidade, por menor que seja, para aprender sobre adaptação.

Quem é que aprende a gostar da escassez, da perda e do sofrimento? Podemos não aprender a gostar, mas podemos aprender a ser resilientes. E se temos necessidade de passar pelo sofrimento, que passemos de cabeça erguida e com um louvor de ação de graças nos lábios.