Quarta-feira
17 de abril
O poder do constrangimento
Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o Seu propósito. Romanos 8:28??

Aos 22 anos, quando me casei, meu esposo trabalhava para o Serviço Florestal dos Estados Unidos como plantador de árvores. Nós dois ficamos acampados durante a primeira temporada, tomando água dos riachos gloriosos e brilhantes do Noroeste. Péssima ideia! Fui infectada por um parasita chamado giárdia , o qual causou grande destruição no meu intestino, levando minha barriga a distender cronicamente. Tentei encontrar uma cura permanente, mas nenhum dos tratamentos foi eficaz. Entre minhas muitas dificuldades, eu parecia estar grávida. Quando uma amiga sorriu para mim, certa noite após o culto de oração e perguntou quando o bebê chegaria, tive que dizer que eu não estava grávida. Em vez de fi car magoada ou me sentir insultada, conversei com ela sobre minha doença, as várias tentativas de curá-la, e o desânimo que me abatia ocasionalmente. Ela me ouviu com empatia e orou por um milagre. Continuamos amigas até hoje. 

Nunca subestime o poder de situações constrangedoras. Nossa tendência é classificar constrangimentos sociais como algo ruim quando, na realidade, eles são o que tornam nossa vida social mais envolvente, pois fornecem um fator de risco, e risco torna as coisas interessantes. Assista ao equilibrista audacioso, Nik Wallenda, caminhando sobre uma corda por cima das Cataratas do Niágara. Isso aumenta a adrenalina, não é mesmo? Agora, imagine-o caminhando sobre a mesma corda – mas ela está esticada somente a alguns metros do chão. Nada empolgante, certo? O mesmo acontece com “andar sobre a corda” socialmente. E que riscos corremos ao nos socializar? De modo geral, trata-se do risco de passarmos por aqueles momentos temidos de constrangimento que todas nós odiamos, mas sem os quais as relações sociais seriam… sem graça. Constrangimentos proporcionam muito mais do que empolgação. Esses mesmos momentos que nos apanham de surpresa e nos deixam desconcertadas ao navegarmos o território inusitado e desconhecido da socialização também nos tornam permeáveis ao processo da criação de vínculos. Quando compartilhei os desafios da minha doença com minha amiga, conectamo-nos uma à outra bem mais do que se o constrangimento de ela pensar que eu estava grávida não tivesse ocorrido. 

Levando-se em consideração que um terço de nós sofreremos de um transtorno de ansiedade em algum momento da nossa vida, e como o subtipo mais comum é a ansiedade social, será que posso sugerir que fiquemos em paz com ela? O futuro fornecerá incontáveis oportunidades de interações sociais constrangedoras. Haverá também oportunidades para que Deus nos conecte profundamente a outras pessoas de maneiras inusitadas. Na manjedoura, Jesus nos mostrou como ser vulnerável por amor. Não foi constrangedor para Ele ter vivido aqui na Terra? Mas isso também não foi uma bênção para Ele e para nós? 

Jennifer Jill Schwirzer