Já na terceira idade, achei que não era mais útil como testemunha para Deus. Então o Senhor me trouxe à mente lembranças da juventude, pequenos atos de pessoas que, sem saber, estavam testemunhando à minha família.

Aos doze anos de idade, ficava sozinha em casa com frequência. Um dia, uma vizinha idosa chegou, trazendo nas mãos algo que ela havia feito especialmente para minha mãe. Era uma linda toalhinha de mesa feita de crochê. As senhoras daquela época frequentemente faziam trabalhos manuais – bordado ou crochê – para realçar a decoração da casa. Agradeci e disse que sabia que mamãe iria gostar. A senhora era conhecida na vizinhança como uma cristã devota, e minha mãe ficou muito satisfeita com a gentileza da nossa vizinha.

Lembro-me de outra vez, quando eu tinha apenas seis anos, que um vizinho testemunhou sem sequer perceber. Era domingo à tarde e minha mãe estava levando meus irmãos e a mim para um passeio de carro. Passamos pela casa do vizinho e o vimos sobre o telhado, fazendo algum reparo. “Olhe, mamãe”, eu disse. “O Sr. Smith está trabalhando no domingo!” Meus irmãos e eu havíamos aprendido que era errado trabalhar no domingo porque esse era o Dia do Senhor.

Mamãe respondeu: “Bem, talvez ele não saiba.” Mais tarde, nossa família descobriu que ele guardava o sábado do sétimo dia. Várias vezes, minha mãe havia sido paciente em um hospital adventista próximo e respeitava essas pessoas e suas crenças. Então ela passou a pensar de modo diferente sobre nosso vizinho.

Refleti sobre esses incidentes ao longo dos anos. Aos vinte anos de idade, eu aceitei a Cristo como meu Salvador e também o sétimo dia como meu dia de culto. Aqueles vizinhos haviam testemunhado perante nós sem nem mesmo saber disso. Quando chegarmos ao Céu, imagino que nos surpreenderemos diante do número de pessoas cuja vida nós influenciamos – independentemente da igreja cristã à qual tenham pertencido. E podemos testemunhar, não importando nossa idade ou fase da vida. “Que aqueles que levam o nome de Cristo se lembrem de que, individualmente, estão causando uma impressão, favorável ou desfavorável à religião da Bíblia, na mente de todos com quem entram em contato” (Ellen G. White, “Uma Mensagem de Juízo”, Southern Watchman, 17 de janeiro de 1905).

Peggy Miles Snow