Ao refletir sobre as muitas dificuldades financeiras que meu marido e eu enfrentamos enquanto ele fazia mestrado e doutorado nos Estados Unidos, muitas coisas me vêm à mente. Penso nas vezes que nossos armários da cozinha ficavam vazios e eu tinha que economizar o pouco que havia para nos servir duas ou três refeições. Penso nos momentos em que ter dinheiro para comprar passagens de ônibus e trem parecia quase impossível. E, mais do que isso, penso nos momentos em que ter dinheiro para pagar o aluguel em dia – ou simplesmente para pagá-lo – sempre colocava nossa fé à prova.

Curiosamente, o que realmente me marcou foi uma ocasião em que meu marido e eu tivemos que dividir um saquinho de chá. Chegamos a um ponto em que decidimos compartilhar um saquinho de chá para fazer a caixa de saquinhos durar o dobro. Eu mergulharia primeiro o saquinho de chá na minha xícara de água quente, apenas o tempo sufi ciente para dar sabor à água. Aí, eu passaria o saquinho para meu marido a fim de que ele pudesse degustar todo o sabor, já que eu basicamente bebia água quente todas as manhãs de qualquer maneira. O mais incrível é que, mesmo que fosse pouco o tempo que o saquinho de chá ficava na minha xícara de água quente, seu sabor penetrava na água.

Eu pensava: Uau! É assim que devemos ser como cristãos neste mundo. Mesmo que nos conectemos com alguém por um breve momento, o nosso “sabor” de Cristo deve permanecer com essa pessoa por meio das nossas palavras e ações de bondade e compaixão. Os outros deveriam ter uma impressão muito boa de Jesus nessas ocasiões, do mesmo modo que nós temos, já que Ele é a parte mais importante da nossa vida.

Portanto, devemos sempre nos lembrar de que, ao cumprirmos nossa rotina diária, podemos ser o saquinho de chá que “dá sabor” ao mundo com o melhor “gosto” de Cristo que podemos partilhar (Sl 34:8).

Candy Monique Springer-Blackman