Pedindo aos ouvintes que não se maravilhassem, Cristo apresentou diante deles, em visão ainda mais ampla, o mistério do futuro: “Não fiquem maravilhados com isso, porque vem a hora em que todos os que se acham nos túmulos ouvirão a voz Dele e sairão: os que tiverem feito o bem, para a ressurreição da vida; e os que tiverem praticado o mal, para a ressurreição do juízo” (Jo 5:28, 29).
Essa certeza da vida futura era o que Israel por tanto tempo aguardara e esperava receber no advento do Messias. Sobre eles estava brilhando a única luz que pode iluminar as sombras da sepultura. No entanto, a obstinação é cega. Jesus tinha violado as tradições dos judeus e desprezado a autoridade deles. Por isso eles não queriam crer.
O tempo, o local, a ocasião, a intensidade dos sentimentos na assembleia; tudo se combinou para tornar mais impressionantes as palavras de Jesus perante o Sinédrio. As maiores autoridades religiosas da nação estavam tentando tirar a vida Daquele que Se declarava o restaurador de Israel. O Senhor do sábado havia sido citado perante um tribunal terrestre para responder à acusação de violar a lei sabática. Ao declarar com tanta eloquência Sua missão, Seus juízes contemplaram-No espantados e enfurecidos. Entretanto, Suas palavras não podiam ser respondidas. Não podiam condená-Lo. Jesus não dava aos sacerdotes e rabinos o direito de interrogar sobre Sua obra ou interferir nela. Não tinham essa autoridade. Suas pretensões se baseavam no próprio orgulho e na arrogância. Ele Se recusava a Se reconhecer culpado de suas acusações ou ser doutrinado por eles.
Em vez de Se desculpar do ato de que se queixavam ou explicar Sua intenção em praticá-lo, Jesus Se voltou contra os líderes, e o acusado Se tornou acusador. Repreendeu-os por sua dureza de coração e ignorância sobre as Escrituras. Declarou que tinham rejeitado a Palavra de Deus, da mesma forma como haviam feito Àquele a quem Deus enviara. “Vocês examinam as Escrituras, porque julgam ter nelas a vida eterna, e são elas mesmas que testificam de Mim” (Jo 5:39).
Em cada página, seja de história, mandamento ou profecia, brilha nas Escrituras do Antigo Testamento a glória do Filho de Deus. Naquilo em que era uma instituição divina, o sistema do judaísmo servia como uma compacta profecia do evangelho (O Desejado de Todas as Nações, p. 160, 161 [211]).
PARA REFLETIR: O que você pode aprender com a forma de Jesus lidar com o Sinédrio?