No interior paulista, morava um rico fazendeiro. Ele possuía terras e gado em Goiás e no Mato Grosso. Há muitos anos, na fazenda ao norte do Mato Grosso, muito distante de qualquer cidade, desapareceram algumas máquinas, implementos agrícolas e animais. Um empregado foi encontrado morto. A polícia foi comunicada. Examinaram o lugar, mas nada descobriram.
As mortes e os roubos continuaram. Em sua casa, o fazendeiro se reuniu com seu único filho. Discutindo sobre o que fazer, elaboraram um plano. Dias mais tarde, apareceu naquela fazenda um moço, descalço e pobremente vestido, pedindo emprego. Como precisavam de trabalhadores, ele foi logo contratado. Ninguém sabia, mas aquele jovem era o filho do fazendeiro. Durante três meses, ele trabalhou como os outros empregados, comeu a mesma comida que eles, dormiu em um colchão de palha, como acontecia com os outros, e morou em uma casinha rústica como seus companheiros. Seu objetivo era encontrar uma solução para o problema.
Depois de viver no lugar por três meses, ele descobriu que uma quadrilha havia se infiltrado na fazenda. Sabendo quem eram seus integrantes e tendo as provas necessárias para condená-los, mandou um recado ao pai, que chegou repentinamente com a polícia. Mediante as informações do filho, os criminosos foram presos e afastados para sempre daquele lugar.
Será que, naqueles três meses em que esteve na fazenda, o moço deixou de ser filho do fazendeiro? Deixou de correr em seu corpo o sangue recebido de seu pai? Deixou de ser dono e herdeiro de tudo? Não! Naqueles meses, ele poderia ter comido a melhor refeição, dormido na melhor cama, morado na sede da fazenda e ficado sem trabalhar. Contudo, para resolver um problema, ele temporariamente se dispôs a não usar sua autoridade nem seus privilégios.
Essa história – inventada – ilustra o fato de que Cristo, quando esteve aqui, era Deus, mas não usou a plenitude de Seus poderes até que Sua missão estivesse concluída. Sua humilhação foi o que garantiu a vitória sobre o inimigo, e hoje podemos ter a certeza de que o mal um dia findará