Quarta-feira
28 de maio
O SILÊNCIO DOS BONS
Portanto, pensem nisto: quem sabe que deve fazer o certo e não o faz comete pecado. Tiago 4:17

Certa vez, Martin Luther King Jr., que lutou de forma pacífica pelos direitos civis dos negros nos Estados Unidos, declarou: “O que me preocupa não é o grito dos corruptos, dos violentos, dos desonestos, dos sem caráter, dos sem ética… O que me preocupa é o silêncio dos bons.”

Esse pensamento é uma crítica aos que ficam de braços cruzados diante de situações injustas nas quais poderiam intervir. Acredito que a discriminação racial escancara um profundo egoísmo que ignora a dor do semelhante.

Em 1895, Ellen G. White escreveu o seguinte a respeito da segregação racial: “Paredes de separação têm sido erguidas entre os brancos e os negros. Essas paredes de preconceito desmoronarão por si mesmas, como aconteceu com os muros de Jericó, quando os cristãos obedecerem à palavra de Deus, a qual lhes prescreve supremo amor ao seu Criador e amor imparcial ao seu próximo” (Mensagens Escolhidas, v. 2, p. 418 [487]). Nessa declaração direta, ela enfatiza que todos são iguais perante Deus e que os cristãos fiéis não devem compactuar com nenhum tipo de segregação racial.

Desde os dias de Ellen G. White, o mundo tem se conscientizado quanto à malignidade da discriminação. No âmbito internacional, a Declaração Universal dos Direitos Humanos, embora não seja um documento de valor jurídico, condena a discriminação e defende a dignidade e a igualdade de direitos para todos os seres humanos. No Brasil, a Constituição diz que todos são iguais, e existem leis específicas que criminalizam a discriminação.

Particularmente, sou feliz por viver em um país que combate esse mal. Entretanto, acredito que isso seria desnecessário se nós simplesmente obedecêssemos à Bíblia, que diz que todos os seres humanos foram feitos à imagem de Deus, ou seja, têm a mesma dignidade. Não existem privilegiados nem desprivilegiados nesse ponto.

Todo sentimento de superioridade é pecaminoso. Enquanto estivermos neste mundo, seremos obrigados a lidar com a maldade ao nosso redor. Contudo, temos a obrigação de não permanecer calados diante das injustiças, que, em breve, terão fim com a volta de Jesus.