Terça-feira
11 de março
ORAÇÕES FRUSTRADAS
Meu Pai, se é possível, que passe de Mim este cálice! Contudo, não seja como Eu quero, e sim como Tu queres. Mateus 26:39

Dizem que Deus responde à prece com um sim, um não ou um ainda não! Conceito simples, aceitação complexa, principalmente quando Deus Se cala e ficamos tentando imaginar o que Ele diria.

Seria tão bom ouvi-Lo como os profetas! Lembro-me de desabafar com um amigo: “Meu problema não é sacrificar Isaque, é ter certeza de que Deus falou aquilo.” Até onde podemos ter certeza de que estamos ouvindo a voz de Deus, e não o eco de nossos pensamentos?

Sei que é preciso comunhão com Deus para reconhecer Sua voz. Mas a “matemática” não é tão exata. Imagine Jesus no Getsêmani. Ele pedia algo humanamente impossível: que o cálice da morte fosse tirado Dele. Jesus precisava de um milagre, que não veio.

Embora Lucas 22:43 diga que um anjo desceu até Ele, isso está longe de ser um privilégio. Jesus queria o Pai, não um anjo. E, se este precisou fortalecê-Lo, é porque estava a ponto de fraquejar. Tanto que implorou aos discípulos para orarem com Ele. Como Alguém de tamanha fé poderia ficar tão abalado? Onde estava a confiança em Deus?

Certamente esse momento de fragilidade foi uma oportunidade para Satanás. Que paradoxo! O único com poder para expulsar demônios em Seu próprio nome não foi capaz de impedir os guardas endemoniados que vieram para prendê-Lo.

O que isso me ensina? Nem sempre o silêncio de Deus ou Sua negativa significam falta de fé ou comunhão de nossa parte. O demônio consegue machucar até o mais consagrado dos fiéis. E, se Cristo enfrentou tudo isso, como posso exigir que Deus me poupe do sofrimento? A dor de Cristo me livrou da perdição eterna, não dos infortúnios desta vida.

Haja o que houver, mais importante do que a resposta de Deus é a certeza de que Ele ouve e sabe o que está fazendo. Confie Nele, mesmo que Sua resposta ou a ausência dela seja tão amarga. Um dia você entenderá, mas, até lá, confie.