Da mesma ordem das baleias e parentes do boto tucuxi da Amazônia, os golfinhos vivem em parques aquáticos fazendo piruetas e em centros de terapia especial, ajudando a medicina. Os golfinhos são alvo de pesquisas tão estranhas como a que procurou identificar sua linguagem e a possibilidade de os seres humanos se comunicarem com eles.
Ultimamente, porém, a imagem do golfinho bom e salva-vidas de náufragos está mudando. Flipper não é bem assim. Há cada vez mais evidências de que os golfinhos são violentos e agressivos. Eles agridem pessoas e já foram vistos matando outros golfinhos. Durante uma hora, pesquisadores da Universidade de Aberdeen, na Escócia, testemunharam o massacre: um filhote foi torturado até a morte por um golfinho adulto que o atirava com violência contra a água. Ele fez isso várias vezes, até que o filhote afundou sem vida.
Muitos cientistas estão achando, nessa história macabra, a explicação para os golfinhos bebês que são encontrados mortos em diversas praias do mundo. Eles apresentam crânio fraturado e marcas de dentes de golfinhos adultos espalhadas pelo corpo. Por não se tratar de fome, o que amenizaria a atitude assassina, o golfinho está deixando de ser o bonzinho para assumir outra identidade: a de uma companhia perigosa para os humanos e até para os da própria raça.
O golfinho não está sozinho nessa história, pois tem gente que mata gente também. O que faz tremer, no entanto, é o fato de uma criatura, animal, homem ou mulher, maltratar um ser da própria espécie ou, pior ainda, da própria família.
“Se alguém não cuida de seus parentes, e especialmente dos de sua própria família, negou a fé e é pior que um descrente” (1 Timóteo 5:8). As pessoas que estão mais perto de nós, nossa família, devem ser o alvo principal de nossa cordialidade. É estranho que, muitas vezes, reservemos para essas pessoas apenas o resto de nossa paciência, de nossa atenção ou de nosso sorriso mal-humorado, se é que é possível um sorriso assim.
Os que estão fora de nosso círculo familiar devem ser amados. Os que estão dentro de nossa casa, porém, devem ser, duas, três, quatro, cinco, seis, sete vezes mais dignos de nossa atenção. Se não for assim, nossos rituais religiosos não têm razão de ser.