Sexta-feira
22 de março
Os pacificadores
Bem-aventurados os pacificadores, pois serão chamados filhos de Deus. Mateus 5:9

Quando estou em casa, meu portão geralmente está trancado. Certo dia, depois da minha caminhada matinal, decidi deixá-lo aberto. O meu novo vizinho, sem saber que eu estava em casa, decidiu usar a água da mangueira do meu jardim. Quando percebi que a mangueira se estendia do meu suporte para a casa dele, não fiquei feliz. Preferiria que ele pedisse minha permissão primeiro. Eu sabia muito pouco sobre ele e seu sistema de valores. Várias perguntas desagradáveis inundaram minha mente: O que devo fazer? O que devo dizer a ele? Como devo abordá-lo? Ele precisava saber o quanto eu desaprovava suas ações. Pensei em desligar o abastecimento de água e desconectar a mangueira. Eu estava em um dilema, mas uma coisa era certa: eu estava muito chateada.

Então, aquela “voz suave” falou comigo: Bem-aventurados os pacificadores, pois serão chamados filhos de Deus. O lembrete foi oportuno. Sentei silenciosamente no meu quintal. De repente, chegou um carro. Era meu novo vizinho. Ele voltou para completar o projeto de água, mas para horror dele, me encontrou sentada no quintal. Ele estava envergonhado! Pedindo desculpas profusamente, explicou que seu abastecimento de água estava desligado. Quando viu meu portão aberto, ele pensou que eu tivesse ido para o trabalho e decidiu ajudar a si mesmo.

– Como eu não tinha um número de telefone para ligar e pedir sua permissão – ele explicou –, tomei minha decisão no desespero pela água.

Aceitei prontamente suas desculpas e garanti a ele que estava tudo bem e que eu estava feliz em ajudá-lo. Trocamos números de telefone, e eu lhe pedi que me ligasse caso precisasse do meu auxílio a qualquer momento. Nós nos separamos pacificamente.

Um mês depois, quando saía para o trabalho, meu carro resolveu não funcionar. Fiz tudo o que podia para dar a partida no meu carro fiel, mas não deu certo. Fui para o quintal, desesperada para encontrar alguém que me ajudasse. Lá estava ele, meu vizinho, parado em seu quintal como se estivesse esperando para ajudar! Ele rapidamente diagnosticou o problema – e solucionou a situação. Logo eu saí para trabalhar e fiquei muito agradecida pela ajuda dele. Claro que me lembrei daquele dia em que ele precisou da minha ajuda. Sob a orientação da “voz suave”, podemos ser pacificadores e compartilhar alegrias, pesares e encargos uns dos outros.

Jacqueline Hope HoShing-Clarke