Em 2006, eu voltava de Belém para Altamira, Pará. Estava de ônibus com meus dois filhos, Júnior, de sete anos, e Estefane, de três anos.

Com as mãos machucadas por uma lesão causada por artrite, eu não conseguia nem pentear os cabelos. Nessa situação, nós voltávamos pela Transamazônica. Quem conheceu a região antes do asfaltamento, sabe dos perigos e desafios da viagem. Pedimos as bênçãos de Deus e seguimos.

Na metade da viagem, por volta das 3 horas da manhã, deixamos a parte de asfalto e entramos no trecho mais perigoso e mais favorável a assaltos. Não andamos muito mais do que uma hora, e o ônibus quebrou. Na escuridão, no meio do nada, ficamos à espera de socorro. Na noite anterior um ônibus havia sido assaltado no mesmo trecho.

Em meio a pensamentos de medo, lembramos: Não há o que temer, Deus está no controle.

O socorro chegou às 13 horas. Um ônibus nos levou até a próxima cidade, e logo nos falaram que teríamos que trocar de veículo. As pessoas começaram a descer. Algumas já haviam tomado outros transportes. Eu me perguntava como iríamos descer as coisas, já que estava com as mãos machucadas. Tive vontade de chorar.

Então olhei pela janela, e vi o motorista de uma van. Ele me olhou e disse que ainda havia três vagas para Altamira. Quando peguei a bolsa para descer, ouvi o Espírito Santo falar: “Se Deus permitiu que você estivesse aqui é porque Ele tem um plano.” Entendi que não deveria ir de van.

Naquele momento, ouvi um rapaz perguntar se eu precisava de ajuda. Aceitei imediatamente. Em pouco tempo, já estávamos assentados, e nossas bagagens acomodadas no bagageiro do ônibus. Quando procurei o rapaz para agradecer, não o encontrei mais.

Na parada seguinte, ficamos sabendo que as pessoas que passaram pela estrada das 5 horas da manhã até às 16 horas da tarde foram assaltadas. E, na última van, uma passageira reagiu, e o assaltante atirou nela.

Vale a pena confiar em Deus e ouvir Sua voz. A obediência nos livrou do perigo.

Helen Oliveira dos Santos