Por meio de uma poesia belíssima, o Salmo 23 descreve como Deus pastoreia as ovelhas que se deixam achar. Elas não sentem falta de nada porque encontram descanso em Jesus e se alimentam do pasto verdejante das Escrituras. Além disso, sentem-se seguras porque o Pastor tem uma espada e um cajado com os quais as defende das tentações do inimigo e das dúvidas do coração.
O Salmo 23 também mostra a figura de um banquete servido por Deus em sua casa para as ovelhas que viajam pelas estradas desérticas da vida. Nesse jantar, o cristão encontra a salvação, que é retratada belamente pela unção e pelo transbordar da taça. Além disso, o anfitrião unge seus convidados com óleo, que sara as feridas e perfuma o corpo. Isso simboliza a obra do Espírito Santo ao nos convencer do pecado e produzir santidade em nossa vida. O cálice que transborda representa a infinita salvação derramada na cruz. A taça do coração não pode realmente conter toda a abundância da graça que flui do Calvário. E esse transbordar não é desperdício, pois beneficia quem está à volta.
A esse banquete, todos nós chegamos feridos e indignos. Imerecidamente, porém, somos tratados como convidados de honra do anfitrião. Depois desse banho de graça que recebemos na presença de Deus, uma coisa linda ocorre, de acordo com o Salmo 23: o cristão passa a ser, literalmente, perseguido por bondade e misericórdia. Isso ensina que não é possível se livrar do amor de Deus. O salmo termina com as ovelhas garantindo: “Sempre voltarei à casa do Senhor.”
Um dia, depois de me sentir como uma “ovelha achada” do Pastor Jesus, resolvi escrever minha reação à beleza da salvação expressa no Salmo 23. Faça destas palavras a sua oração hoje:
Senhor, não mereço e não entendo por que, mas Tu insistes em me honrar com um banquete do qual só posso participar pela fé. Aceito o óleo do teu Espírito que perfuma minha vida com tua graça, purifica meu corpo com santidade e cura minhas feridas com perdão. Senhor, sou grato pela extravagância de teu vinho na taça de minha vida. De fato, preciso de ti em doses maiores de que meu frágil coração possa comportar. Quero mais de ti, pois aí está o segredo de minha honra; não em mim, mas em ti. Sei que, na cruz, o vinho da salvação transbordou e aqui estou, escondido em tua sombra, com minha humilde taça erguida, para encher continuamente minha existência de ti.