Segunda-feira
25 de setembro
Paciência com o pão morno
O Senhor [...] é paciente com vocês. 2 Pedro 3:9

Uma brisa suave fazia com que as folhas suspensas balançassem sobre o terraço. Ramagens de orquídeas de todos os matizes pendiam graciosamente sobre galhos curvados. Pássaros com penas coloridas cantavam e brincavam de esconde-esconde nas árvores. Melissa estava tão absorta contemplando os arredores que quase se esquecera de comer. Olhando para o prato com pilhas de frutas tropicais, nozes e tâmaras, Melissa de repente perguntou: “Onde está a torrada?” Sim, na verdade, onde? Para falar com franqueza, eu me surpreendera ao descobrir que nosso minúsculo chalé de frente para a praia, coberto com sapê, tinha até uma torradeira. Uns 20 minutos antes, Melissa havia colocado fatias de pão nos dispositivos metálicos e apertado o botão de ligar. Sugeri que ela fosse verificar. Quase imediatamente, uma lamentação emanou, vinda da direção da torradeira. Voltando para o terraço, Melissa parou, de pernas afastadas, mãos nos quadris – o próprio retrato de uma vibrante impaciência.

– O pão não se prontificou a ficar tostado! – ela gritou. – Estou muito cansada de esperar! Você não está chateada?

– É isso aí – eu disse, balançando a cabeça e mastigando minha última fatia de pitaia, maravilhada com sua aparência e seu sabor. – Estou de férias e escolhi evitar gastar energia ficando aborrecida com uma torradeira que, muito aparentemente, está funcionando no limite de sua capacidade. – Seguiu-se uma pausa um tanto longa, antes que Melissa, em voz baixa, admitisse que poderia ter exagerado um pouco em sua reação.

– Você consegue descobrir o que provocou sua reação exagerada? – perguntei.

– Expectativas – respondeu Melissa prontamente. – Permiti que minhas expectativas me levassem a exibir comportamentos que resultaram em um desdobramento negativo. – Dei uma risadinha diante de sua tradução palavra por palavra de comentários que faço nas minhas palestras. – Eu esperava que uma torradeira em outro país funcionasse exatamente como aquela que tenho em casa e… escolhi ser impaciente. – Ela deu um sorrisinho torto.

Boa garota, pensei. Descobriu sozinha. Em voz alta, eu disse: – Você pode comer pão morno ou esperar até que essa torradeirinha resolva oferecer um pão mais crocante, mas duvido que ela produza o pão tostado com o qual você se acostumou em casa.

– Pão morno é o que ele é – disse Melissa, encaminhando-se à pequena cozinha e resmungando: “Que ridículo, ficar impaciente com uma torradeira!”

O Senhor é paciente com você. Que ridículo, você ficar impaciente – não com uma antiga torradeira, mas consigo mesma e com os outros!

Arlene R. Taylor