Eu estava participando de uma conferência de anestesiologia. Entrei no quarto de hotel onde estava hospedada. O telefone tocava, então eu atendi.
– É a Dra. Blaylock, de Birmingham? – Uma voz na outra extremidade da linha perguntou.
– Sim, é ela – respondi.
– Meu nome é Jeff. Talvez você não se lembre de mim; mas, quando era estudante de medicina, fiz um mês de rodízio de anestesiologia com você, há vinte e cinco anos. Eu não tinha certeza de que especialidade seguir na medicina; mas, naquele mês com você, decidi me tornar um anestesista.
Escutei com espanto enquanto ele continuava falando.
– Tenho atuado como anestesista nos últimos vinte anos, aqui no Colorado, e não me arrependi dessa decisão, nem mesmo uma vez.
Jeff, que estava na mesma conferência que eu, perguntou se podíamos conversar pessoalmente. Conversamos tempo suficiente para lembrar situações, antes de nos separarmos. No entanto, esses poucos minutos me animaram por dias.
Quando penso no que Jeff disse, ainda fico impressionada. Interagimos por apenas trinta dias atarefados, vinte e cinco anos atrás. Eu dormia pouco e estava estressada com as demandas da residência, enquanto tentava mostrar o básico da anestesia aos estudantes. Também compartilhei a razão pela qual eu tinha decidido seguir essa profissão. Tenho certeza de que não pensei em influenciar o curso de vida daquele jovem. Então pensei no lado espiritual. Não tentei convencer o jovem Jeff a se tornar um anestesista. Apenas mostrei o que eu gostava nesse ramo da medicina. No decorrer do nosso tempo juntos, compartilhei os motivos que me levaram a essa escolha profissional. Isso foi fácil.
Então… Quantas vezes senti que era muito difícil para mim compartilhar Cristo com os outros? Nos meus dias atarefados e estressados, não é meu “trabalho” convencer alguém de que ele precisa se tornar um cristão. Simplesmente preciso mostrar às pessoas por que eu escolhi Jesus. Posso explicar por que segui-Lo me dá uma satisfação de vida que vai se estender até a eternidade. Isso é tudo o que você precisa fazer também porque o Espírito Santo fará o restante.
Depois de nos separarmos de alguém que cruzou o nosso caminho, talvez não tenhamos noção de ter feito algo especial. No futuro, ou no Céu, nos surpreenderemos com os resultados da nossa influência na vida dos outros.
Suzanne Blaylock