O parto de Gina estava marcado para 23 de dezembro! Ela estava muito emocionada ao entrar no hospital onde seu parto seria induzido. Entretanto, a ala de obstetrícia estava lotada. Gina foi avisada de que não havia parteiras disponíveis para cuidar dela, pelo menos não naquele dia. Ela ficou muito desapontada e um pouco ansiosa quanto ao bebê que estava para nascer. Na véspera do Natal, a expectativa era grande enquanto Gina telefonava para ver se tínhamos um quarto. Precisei pedir desculpas e dizer-lhe que, mais uma vez, estávamos lotados. Sua ansiedade e desapontamento começaram a transbordar como raiva. Eu podia ouvir a mãe dela, ao fundo, fomentando a contenda. Convidei Gina para uma consulta naquela tarde, a fim de que eu pudesse verificar a condição do bebê e marcar outra data. E disse que ela poderia trazer sua mãe junto.

A equipe da unidade de obstetrícia me aconselhou a não fazer a consulta sozinha, já que, dois dias antes, elas haviam gritado e falado de modo abusivo com meu colega de elevada estatura. A equipe achava que eu, uma mulher baixinha, não teria chance! Eu sabia que não era comum marcar um parto induzido para o dia de Natal, com tão poucos profissionais de plantão, mas senti a empatia da equipe para comigo. E perguntei se estariam dispostos a abrir uma exceção para Gina. Eles bondosamente concordaram.

Comecei a orar pedindo graça para lidar com Gina e a mãe dela de maneira bondosa e amável. Foi intimidador quando Gina, seu esposo, a mãe e o pai chegaram, todos, naquela tarde, agitados e prontos para uma discussão. Orando em silêncio, sentei-me e ouvi tudo o que tinham a dizer. A Voz mansa e suave me levou a não reagir quando eles levantaram a voz e fizeram ameaças. A graça de Deus estava claramente em ação quando eu sorri e refleti sobre eles o Seu amor, desculpando-me pela demora e garantindo a Gina que seu bebê ainda estava em condição segura. Eles aceitaram minha oferta de induzir o parto no dia de Natal, e nos despedimos amigavelmente.

A indução não foi necessária, pois, na manhã seguinte, Gina chegou já no início do trabalho de parto! Poucas horas depois, quando o bebê nasceu, bem e com segurança, havia no quarto lágrimas de alegria, ânimo e gratidão.

Eu creio que os milagres que Deus realiza em nosso coração são os maiores milagres.

Nerida McKibben