Eu ziguezagueava pela minha loja preferida quando vi as penas de pavão branco. Haviam sido colocadas entre placas de vidro, capturadas como flocos de neve, criando um delicado candelabro. Fiz uma pausa para contemplá-las, e aquele instante de encanto passou a fazer, suavemente, parte das minhas lembranças.

Eu não sabia que existiam pavões brancos, até aquele dia. Pesquisei na internet sobre como adquirir suas penas, porém elas estavam além do meu orçamento.

Anos depois, meus pais me visitaram. Por alguma razão, conversamos sobre pavões brancos, e me lembrei daquelas penas. Alguns dias depois, passávamos de carro por uma calma alameda perto da minha casa. De repente, o celular do meu pai tocou. Ele foi para o meio-fio, junto à calçada de uma casa, para atender à ligação. Pela janela do carro, vi umas pequenas penas brancas fazendo suaves piruetas, levadas pela brisa. Saí para recolher algumas.

– Olá! – disse uma senhora do outro lado de uma cerca alta. – Posso ajudar? – Expliquei que havíamos estacionado para atender a um telefonema e que eu tinha visto as penas brancas. – Você gosta delas? – perguntou a senhora. – São dos meus pavões brancos. Gostaria de vê-los?

Então saí para ver sete pavões adultos de um branco puro e quatro filhotinhos em tom creme. Comentei: – Amo penas de pavões brancos! Eu as considero requintadas! – A mulher perguntou se eu queria algumas, já que aquelas que caíam ela simplesmente colocava num jarro junto à porta. Ela disse que eu ficasse “à vontade” e pegasse quantas eu quisesse. Atônita, agradeci e me ofereci para pagar, mas ela recusou.

A vida seguia agitada. Assim, deixei as penas de pavão num vaso junto à lareira. Tempos depois, nossa igreja planejou um festival de flores, em que cada arranjo comemoraria a poesia e a criação. Minha amiga Dorothy explicou:

– Quero fazer um arranjo sobre pavões brancos, mas vou ter que improvisar, já que nunca encontrei penas legítimas de pavão branco por aqui.

Sorri.

– Eu tenho algumas autênticas, que você pode usar. Acho que Deus tem me encaminhado a elas nos últimos cinco anos para este exato momento!

Muito obrigada, Pai, pela maneira gentil como nos guias, cuidando até dos pequenos e belos detalhes da nossa vida.

Karen Holford