Enquanto eu crescia, meus pais cortavam madeira com equipamento pesado nas montanhas do Colorado. No fim de uma estrada de 48 quilômetros, percorrida apenas por veículos com tração nas quatro rodas, nossa família vivia em uma moradia adaptada, para ficarmos juntos no local de trabalho.
Um dia, em dezembro, meu pai e meu irmão de 4 anos foram à cidade para abastecer. Depois de terminar meu trabalho, me deitei para relaxar e ler até que eles voltassem. Por volta das quatro horas, decidi levar a lenha para dentro. Ali estava eu diante de uma decisão: Devia vestir todas as minhas roupas de neve a fim de gastar apenas cinco minutos para levar a lenha para nosso fogão? Contra toda razão e hábito, tomei tempo para colocar o gorro, o casaco, as luvas, as calças para neve e as botas. Levei uma carga e voltei à pilha de lenha quando ouvi meu pai chamando minha mãe. Virei-me e olhei por sobre a clareira onde estávamos acampados, mas não vi nenhum deles.
– O quê? – perguntei.
– A caminhonete e o trailer com o combustível deslizaram para fora da estrada e ficaram atolados. Preciso da mamãe para me trazer o trator florestal e ajudar a puxar a caminhonete para fora.
Corri para dentro a fim de chamar mamãe, porém ela não estava lá. Saindo de novo, falei com papai; decidimos que eu devia subir a montanha, até o local do trabalho, cerca de um quilômetro e meio de distância, onde minha mãe estaria trabalhando, porque papai estava cansado demais para ir.
Como eu estava vestida, tomei um atalho através da camada de neve de 60 a 90 centímetros de espessura, algo que eu nunca gostei de fazer. Entretanto, o tempo era crucial porque meu pai havia deixado meu irmão na caminhonete, para caminhar os quase dez quilômetros em um metro e vinte de neve. Agora começava a escurecer, e as temperaturas à noite cairiam abaixo de zero. Estar vestida para aquele clima compensou. Encontrei minha mãe. Ela levou o trator, e meus pais resgataram meu irmão antes de escurecer.
O que realmente me marcou nessa experiência foi o poder que minha pequena escolha teve sobre as consequências, que foram maiores e mais importantes do que eu imaginaria no momento em que me decidi. É com as pequenas escolhas que devemos ser cuidadosos. Lucas 16:10 pode ser aplicado ao caso: “Quem é fiel no pouco, também é fiel no muito.”
Melinda Ferguson