Sempre fui muito organizada. Se tiro, coloco no lugar; se acendo, apago ao sair; casa, roupa e pia estão sempre em ordem. Aprendi que ordem e limpeza são leis do Céu. Por essa razão, sempre coloquei isso como prioridade em minha vida. Até que um dia… eu me tornei mãe, e tudo mudou.
A casa, de uma forma geral, fica em segundo plano, pois, mesmo se eu quiser, não dou conta de fazer tudo (trabalhar, cozinhar, lavar, passar, etc.) e educar dois garotinhos.
Onde se via um chão limpo, hoje estão brinquedos espalhados e peças soltas e quebradas por toda a parte. Onde havia louça guardada, agora tem um espaço vazio, pois a louça ou está suja ou amontoada numa “pilha” monstruosa em cima da pia, esperando ser guardada ou usada novamente. As roupas continuam amassadas ou enroladas em algum canto esperando alguém sentir sua falta para encontrá-las novamente. Essas são tarefas diárias de uma mulher ocupada com a maternidade, mas também são oportunidades para crescimento e altruísmo.
Depois de um dia cansativo de trabalho, cheguei em casa esperando ver tudo em ordem. Minha surpresa foi encontrar um chão coberto de brinquedos e trilhos de trem por toda parte. Na pia da cozinha, uma “pilha” de louças, e roupas à espera de serem passadas e guardadas.
Em vez de me zangar, decidi olhar tudo como oportunidade e com altruísmo: o chão com todos aqueles brinquedos me fez sentir orgulho de estar criando filhos saudáveis e independentes para trilharem caminhos felizes. Com a louça suja, pensei na quantidade de oportunidades que tenho para encarar as “montanhas” de soluções. E as roupas por passar são a lembrança para valorizarmos as pessoas, e não as coisas. Essas pessoinhas usam as roupas, se sujam, brincam, se divertem, são felizes e amam.
Fico me perguntando como Deus olha esta minha vida cheia de desafios e problemas que muitas vezes eu mesma provoco. Deus olha como crescimento, oportunidades para que eu me pareça mais com Ele. Para que meus planos sejam os planos de Deus, para que meu amor ao próximo seja puro, como o amor de Deus. Em vez de me queixar, aprendi que posso olhar as coisas ao redor com outra perspectiva e que é preciso tanto louvar como amar mais.
Aline de Oliveira Mendes