Todos os anos, no início de dezembro, os dois hospitais em nossa região promovem o desfile anual de luzes natalinas. Centenas de pessoas se reúnem para assistir à parada no início da noite. Minha jovem amiga Gracie me contou que havia levado sua pequena de dois anos de idade para ver o desfile pela primeira vez. A garotinha amou tudo: as luzes multicoloridas, os carros alegóricos, a banda que marchava, as pessoas fantasiadas, os animais e os doces. Quando precisaram ir, antes que a multidão se dispersasse, a menininha se virou e sussurrou com sua vozinha infantil: Tiau, disfíli.
Naquela mesma noite, uma amiga de meia-idade me fez uma visita. “Demorei demais para chegar”, explicou ela, desculpando-se. “Precisei fazer vários desvios por causa da parada. Mas fico feliz por ter perdido os sons estridentes da banda, já que minha cabeça costuma doer toda vez que ela passa.”
O contraste entre a tocante despedida da criança e o desprazer da minha amiga mais idosa me fez pensar. Os dois lados tinham perspectivas totalmente diferentes quanto ao mesmo evento, devido – creio eu – às diferenças da natureza humana, estágios da vida, gostos, atitudes e percepções, que estavam em polos opostos. A maneira como lidamos com as situações e com as outras pessoas, porém, é uma escolha pessoal e, com frequência, dependem da criação que tivemos. Ellen G. White mencionou isso há mais de um século, quando escreveu: “Diferimos tanto uns dos outros em disposições, hábitos e educação, que variam entre si nossas maneiras de ver as coisas. Julgamos diferentemente. […] Não há duas pessoas cuja experiência seja igual em cada particular. As provas de uma não são as provas de outra” (A Ciência do Bom Viver, p. 483).
No dia seguinte, como se fosse uma confirmação inspirada pelo Espírito, recebi um cartão com o texto de hoje estampado em relevo na capa. Ele me fez lembrar de que a melhor maneira de lidar com as diferenças que observamos é aceitar o fato de que somos diferentes. Uma atitude tolerante nos motiva a demonstrar amor, e isso, por sua vez, nos leva a louvar a Deus. É um belo ciclo de amor e aceitação promovido por Deus.
Muito obrigada, amoroso Senhor, por fazeres com que todas nós nos lembremos de que nosso propósito na vida é mostrar ao mundo, por meio do nosso amor, o quanto Tu és extraordinário. Tu tens a última palavra, e eu Te louvo.
Glenda-Mae Greene