Quarta-feira
12 de fevereiro
Pesar…
Portanto, meus amados irmãos, mantenham-se firmes, e que nada os abale. Sejam sempre dedicados à obra do Senhor, pois vocês sabem que, no Senhor, o trabalho de vocês não será inútil. 1Coríntios 15:58

Era um dia de sábado. Eu estava na porta da igreja quando um homem embriagado passou em frente. Ele andava devagar para evitar a queda. Sua aparência não era boa. Logo o reconheci. Chamei-o pelo nome. Então ele parou e voltou. Cumprimentei-o com um abraço sincero e o convidei para entrar. Ele falou que seria melhor deixar para outra ocasião, porque estava sujo, mas eu insisti. Ele concordou.

Entramos, e a Escola Sabatina já havia iniciado. Alguns observaram o estranho que entrava logo atrás de mim, mas fiz sinal de que era meu conhecido. Nós nos sentamos, e, vez e outra, ele fazia comentários em tom alto. Eu o censurava com um sinal de silêncio. Então ele balançava a cabeça. Dessa forma, ele acabou assistindo também ao culto.

Como eu não tinha automóvel, fomos a pé até a casa dele, que ficava também no centro da cidade. Durante o percurso, ele chamava as pessoas conhecidas e dizia com voz de bêbado que eu era a prima dele. Parecia feliz em estar ao meu lado. Ao chegar à sua casa, o convidei para retornar à igreja quando estivesse sóbrio. Ele aceitou o convite.

Eu já não morava mais naquela cidade. Mas, quando retornei, ele foi à casa da minha mãe e disse que se lembrava muito bem do dia em que o chamei quando passava na rua e que minha igreja era boa, que ele havia gostado dela, e que eu não tinha sentido vergonha dele. Ele chorou.

Passei na casa dele um outro dia para levá-lo à igreja novamente. Ele estava sóbrio e disse que ia cumprir o prometido. Lá fomos nós. Na igreja, ele encontrou um ex-amigo de bar, convertido.

Sempre pensei nesse “primo” e orei pela sua vida. Ele perdeu a mãe muito cedo. Foi criado pela avó, que também faleceu. Depois perdeu o pai e o irmão mais novo em um acidente automobilístico. Ele mesmo passou por inúmeros acidentes, que deixaram cicatrizes no corpo e no coração. Certa tarde, sua vida findou. Isso me fez refletir.

O que quero guardar é a imagem de um homem belo, conversando com uma menininha de 9 anos, dizendo que era para ela estudar e dando-lhe balas, em um encontro de família. O que quero firmar em meu coração é a certeza de um Deus que nos ama como somos e que deu a vida por nós. Quero continuar tentando levar as pessoas a Cristo, mesmo quando essas tentativas forem frustradas. Desejo cumprir a lição de Jesus de amar o próximo como amamos a nós mesmos.

Luciene Amorim Santos de Barros