Ergui os olhos da leitura devocional para olhar a vista além da janela e quase engoli em seco diante da beleza. O sol havia acabado de atingir o sopé dos montes cobertos de neve, e as nuvens começavam a se dispersar ao redor do cume do pico Long, de 4.346 metros.
O que me chamou a atenção foram as cores. Você já percebeu como Deus usa o pincel? Ele ama as cores e as espalha generosamente diante de nós. E, naquela manhã, os montes cobertos de neve tinham um glorioso tom rosado. Fiquei sentada em silêncio, observando a cor se intensificar e depois esmaecer. E pensei em outros dias e momentos em que as cores da natureza me chamaram a atenção.
Pense agora em como fica o mundo após uma chuva de verão. As cores não apenas se intensificam, mas brilham. É a pintura incrível de Deus. Ou que tal a luz suave de um entardecer de fim de primavera ou verão nos campos e nas colinas? Essa luz, às vezes, é chamada de luz “doce”, e é muito difícil de ser captada por pintores humanos.
Nenhum ser humano consegue pintar como Deus pinta o céu ao amanhecer e ao entardecer. Há um antigo ditado que diz: “Céu vermelho pela manhã, aviso aos marinheiros; céu vermelho ao anoitecer, encanto dos marinheiros”. Tenho visto algumas alvoradas incríveis, arrebatadoras, aqui no Colorado – e elas precedem a uma tormenta. E tem havido inumeráveis e esplêndidos ocasos sobre as Montanhas Rochosas. Que escolha das cores! Tenho frequentemente pensado que, se eu tivesse que pôr essas cores em uma tela, provavelmente elas pareceriam algo espalhafatoso ou irreal, mas Deus sempre acerta.
Já tive o privilégio de visitar algumas famosas exposições de arte em São Petersburgo, no Louvre em Paris, no Museu Metropolitano de Arte em Nova York e nos museus de arte em Washington, DC, e Los Angeles. E até mesmo no museu bem aqui, em Loveland – que é bem conhecida na região devido à arte em todas as formas, especialmente escultura. Tenho apreciado todas, mas nenhuma delas me preenche o coração e o espírito como as pinturas que Deus proporciona a cada dia, independentemente do local em que eu me encontre. “E Deus viu que ficou bom” (Gn 1:25). Eu também!
Ardis Dick Stenbakken