Lagartos e cobras trocam de pele. O que ocorre é mais ou menos o que acontece com alguns frutos quando racham. Um desequilíbrio na adubação da planta pode fazer com que a parte interna do fruto se desenvolva mais do que a casca, que racha. Quando a membrana que protege cobras e lagartos não acompanha seu crescimento, ela se parte. É como uma roupa justa em uma pessoa que está engordando. A roupa não entra mais e é preciso uma nova.

A substância que forma a pele dos répteis (queratina) deixa-a rígida e quase impermeável. Isso mantém a umidade interna mas, em contrapartida, não deixa a pele crescer com o corpo.

Se fosse esticada, a pele de nosso corpo teria cerca de dois metros quadrados. Para se ter uma ideia de sua elasticidade, basta lembrar como a barriga das grávidas estica para guardar um bebê. Algumas chegam a acomodar três, cinco e até sete bebês. O colágeno é a proteína que dá resistência e elasticidade à pele, permitindo proezas desse tipo. A não ser quando você vai à praia tentar um bronze e depois começa a descascar, a troca da pele é quase invisível. A todo instante isso está acontecendo, e a cada mês a sua pele é renovada. Isso acontece 12 vezes ao ano. Quer dizer que se você tem 12 anos de idade já trocou de pele 144 vezes. A pele muda, mas o interior do pacote continua igual. O coração, o pulmão e o estômago continuam os mesmos.

Certa vez, Jesus Se referiu aos fariseus como sepulcros caiados, limpos e bonitos por fora, pele nova, mas sujos por dentro. Não são as ações exteriores que mostram quem somos, mas essencialmente, os motivos que nos levam a fazer as coisas. Não basta ser uma pessoa boa. É preciso ser uma nova criatura. Na vida espiritual não basta mudar de “pele”. É preciso mudar o interior do pacote. Colossenses 3:12 dá outros detalhes sobre a nova pele: “Portanto, como povo escolhido de Deus, santo e amado, revistam-se de profunda compaixão, bondade, humildade, mansidão e paciência.”