Meu marido e eu sonhávamos em ter filhos, mas eu tinha um problema sério no útero. Já havia passado por um intervenção cirúrgica para a retirada de miomas, porém eles tinham voltado. À medida que o tempo passava, os miomas aumentavam. Decidimos que o melhor seria eu parar de trabalhar e investir em um tratamento. Os exames eram dolorosos. No meu coração sabia das minhas limitações e não tinha forças para lutar. Orava em silêncio, chorava e clamava a Deus por um milagre.
Já que não conseguíamos gerar um bebê, pensamos em entrar em um programa de adoção. A princípio me senti triste. No entanto, orei e pedi a Deus para que a vontade Dele fosse soberana em nossa vida. Sabia que a criança que viesse seria muito amada.
Durante uma Semana da Família na qual fui convidada para pregar, declarei, com lágrimas nos olhos, que a família é o maior bem deixado por Deus para a humanidade. Falei do quanto éramos felizes, mas também mencionei a falta do nosso sonhado bebê.
No outro dia comecei a passar muito mal, tanto que cheguei a pensar que estava com alguma enfermidade grave. Os dias iam passando, e meu quadro só piorava. Foi então que decidi procurar uma médica. Contei a ela que havia ido na emergência do hospital e que apenas me deram um remédio para o estômago. No outro dia, ela me levou para fazer exames, entre eles um Beta HCG, que levou apenas dez minutos para ficar pronto.
Eu estava grávida!
Ficamos muito felizes com a novidade. Porém, dali para a frente as coisas não foram simples. Entrei num processo de gravidez de risco. A obstetra não acreditava que conseguiria levar a gestação adiante, pois até aquele momento eu estava com oito miomas. O médico que realizou o ultrassom não acreditava na gestação, pois não conseguia encontrar o feto, somente miomas. Em meio a tudo isso, fazíamos o culto familiar com o bebê no ventre. Meu esposo contava histórias bíblicas, e, apesar das dificuldades, mantínhamos nossa palavra de ensinar a criança no caminho em que deve andar. Sempre acreditamos que Deus concluiria a obra que Ele havia começado.
Nossa filha foi uma guerreira, lutou para conquistar o espaço que era dela, no meio de vários miomas. Apesar de tantos problemas, a gestação chegou até as 38 semanas, e isso foi outro milagre. Hoje Esther é uma criança que ama a Deus e que tem prazer em adorá-Lo. Posso dizer com alegria: Por essa criança orava eu, e Deus ouviu meu clamor.
Ruth Albuquerque Carvalho