Sábado
22 de dezembro
Presente de Natal
E este é o Seu mandamento: Que creiamos no nome de Seu Filho Jesus Cristo e que nos amemos uns aos outros, como Ele nos ordenou. 1 João 3:23

Não abra antes de 25 de dezembro” – estava escrito no cartão de Natal enfiado dentro da sacola do presente. Era a manhã do Natal, e decidi que aquele seria o primeiro presente que eu abriria. Meu presente era uma caneca para o desjejum, destinada a amantes da música. Instrumentos musicais, um piano de cauda, semínimas, colcheias, claves de sol e de fá decoravam o exterior da caneca. Por dentro, perto da borda, havia uma pauta com uma frase musical. Para o Natal, minha amiga sempre encontrava algo especial e exclusivo. Enquanto olhava aquele presente, as lágrimas me vieram aos olhos. Aquele seria o último presente que eu receberia dela. Acontece que ela havia falecido no dia anterior, depois de uma enfermidade prolongada.

Diante da informação de que ela fora internada no hospital, meu esposo e eu decidimos fazer uma viagem de duas horas para visitá-la. Fomos recebidos no quarto do hospital pela família dela. Quando o filho ouviu meu nome, imediatamente buscou o presente que me era destinado.

“Isto é para você”, disse ele. A mãe dele estava sofrendo, com muita dor, mas ainda assim pensava nos outros.

Quinze anos antes, meu esposo havia sido seu pastor. Foi aí que começou nossa amizade. Agora, deitada no leito, ela se virou para meu esposo e perguntou se ele conduziria a cerimônia fúnebre. Depois me perguntou se eu tocaria o órgão.

Ao longo dos anos – e a despeito de nossas muitas mudanças –, nossa amizade permaneceu intacta. Ocasionalmente, eu viajava de avião para visitar um dos nossos filhos e tinha um período de duas horas de espera no aeroporto. Minha amiga e eu fazíamos, juntas, um lanche. Não demorava muito, e já era hora de embarcar. Ela me dava um forte abraço. Os telefonemas nos mantinham conectadas. Ela era uma amiga que merecia confiança.

Agora, repousava.

Depois do funeral, um amigo em comum me disse que havia encontrado um cartão de Natal da parte dela na caixa de correspondência da igreja. “Ela amava a todos, incondicionalmente”, foi seu modo de descrevê-la.

Que maneira maravilhosa de ser lembrada!

Vera Wiebe