Para os gregos, duas palavras se referiam ao tempo: khrónos e kairós. Khrónos era o tempo do relógio, cronológico e mensurável. Kairós seria o tempo certo, oportuno, associado à qualidade, não quantidade.
Apenas experimentamos o kairós e aproveitamos o khrónos se estivermos presentes neles. Não podemos controlar o futuro. O passado pode nos ensinar, e o futuro pode ser planejado. Mas quem garante que estaremos lá? É no agora que podemos realizar o que é importante.
Fixar-se nos fracassos ou sucessos do passado ou nas oportunidades e desafios do futuro faz as pessoas ignorarem o kairós, a verdadeira oportunidade.
Onde você está agora? Em casa, no escritório, no consultório, levando as crianças para a escola? Onde estão seus pensamentos? Nas preocupações do amanhã? No que fez ou deixou de fazer ontem?
Que tal se seus pensamentos estivessem agora concentrados em ouvir a voz de Deus? A vida aqui é muito curta; pode durar apenas até o próximo minuto. Por isso, não existe tempo sobrando para perder.
Somos pecadoras e estaríamos destinadas à destruição, não fosse a graça divina a nos oferecer a salvação. Essa é nossa chance de uma nova vida. Cada minuto que temos é um kairós, uma oportunidade, o melhor momento de nos apropriar dessa salvação maravilhosa. E nossa vida será outra e melhor, já aqui na Terra.
Quantos kairós são desperdiçados! Horas, dias, semanas, meses e anos são gastos para se perdoar ofensas ou no lixão da autocomiseração, do ressentimento, do descontentamento, da raiva e da indiferença.
Aproveitar ou desperdiçar nosso prazo de validade é questão de escolha. Krónos (tempo cronológico) e kairós (oportunidades) passam.
Torne satisfatório seu tempo. Tire dele os rótulos que as circunstâncias lhe dão e atribua a ele os valores do Reino: alegria, serviço ao próximo, gratidão, reconhecimento, beleza, plenitude, valorização de quem você e os outros são, desapego de futilidades e apego a valores absolutos eternos, amando quem não merece, oferecendo esperança àqueles que não têm, secando lágrimas de quem chora, curando as feridas de quem sangra. Porque nossos dias na Terra não passam de uma sombra, e agora é o tempo que temos disponível.