A ressurreição de Jesus era o maior argumento para os primeiros cristãos, que procuravam mostrar que Ele era o rei messiânico prometido por Deus. “Se Cristo não ressuscitou”, escreveu Paulo, “é vã a fé que vocês têm” (1Co 15:17).
Embora sejamos salvos pela morte de Cristo na cruz, a ressurreição é o que garante a sua eficácia: “Se com a boca você confessar Jesus como Senhor e em seu coração crer que Deus O ressuscitou dentre os mortos, você será salvo” (Rm 10:9). Mas em que sentido Sua ressurreição era o principal argumento de que Ele era o Messias?
Primeiramente, por um motivo bíblico. Deus havia prometido enviar um Rei, descendente de Davi, que edificaria o templo e cujo reino nunca teria fim (2Sm 7:12-16). Salomão cumpriu a primeira parte da profecia, mas, uma vez que ele e seus descendentes tinham morrido, como ficaria
a promessa de que o trono de Davi não teria fim? Um rei não pode reinar para sempre se estiver morto!
Além disso, como o Messias poderia garantir a ressurreição de todos, no último dia, se Ele mesmo fosse vencido pela morte? Portanto, era imprescindível que o Messias morresse, para cumprir Isaías 53, e ressuscitasse para dar prosseguimento a Daniel 12:1 e 2.
Embora a ressurreição seja um tema raro nos Manuscritos do Mar Morto, ela aparece em textos-chave, como 4Q521, que diz: “Os céus e a terra ouvirão seu Messias, e ninguém neles se desviará dos mandamentos dos santos. […] E o Senhor realizará coisas gloriosas como nunca […]. Pois Ele curará os feridos, ressuscitará os mortos e trará boas-novas aos pobres.”
No mundo pagão também havia uma expectativa quanto à vinda de um rei salvador. O imperador Augusto, por exemplo, afirmava ser o filho de Deus, escolhido para governar com autoridade divina. Seu nascimento foi chamado de “evangelho” pelos biógrafos romanos da época.
O problema era que todos esses pretendentes messiânicos, judeus ou não, provaram ser falsos no dia em que morreram. Por isso, mais do que qualquer grandioso feito, a ressurreição de Jesus é a maior prova de que Ele é o verdadeiro Filho de Deus, capaz de aniquilar a morte e o sofrimento.